Prefeitura leva oficinas do Projeto Florir para a Educação de Jovens e Adultos

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede municipal de ensino de Aracaju passou a receber as oficinas do Projeto Florir. A primeira atividade foi realizada na noite desta quinta-feira, 31, com alunas da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Sérgio Francisco da Silva, no bairro Lamarão.  Além da distribuição gratuita de absorventes, o projeto também realiza oficinas educativas sobre saúde da mulher.

O Projeto Florir foi lançado a partir de um Plano Intersetorial Integrado entre a Prefeitura e o Ministério Público de Sergipe (MPSE) em setembro de 2021, a partir da Lei 5.399/2021, com o objetivo de promover ações relacionadas à saúde e à educação menstrual para as crianças,  adolescentes, jovens e adultos que menstruam das escolas municipais da capital, além da distribuição gratuita de absorventes. O Florir também atua na perspectiva de ampliar o diálogo sobre o tema entre os que fazem a comunidade escolar para mitigar a desinformação sobre menstruação. Suas ações são desenvolvidas pela Secretaria Municipal da Educação (Semed), em parceria com as Secretarias da Saúde (SMS) e da Assistência Social.

O objetivo das oficinas é reforçar as informações e aumentar o número de alunas que procuram a direção escolar para o recebimento dos absorventes. De acordo com Analice Marinho, gestora da Coordenadoria de Políticas Educacionais para a Diversidade (Coped) da Semed, setor responsável pela área pedagógica do projeto, as alunas da EJA também fazem parte do público-alvo do Florir.

"Este é um público para o qual sempre tivemos interesse em trazer as oficinas, porque temos que pensar não só nos nossos adolescentes, mas também nessas mulheres. No Projeto Florir existe a distribuição de absorventes para elas, mas, além disso, elas também têm que conhecer o seu próprio corpo, saber o que é menstruação, saber o que é ser mulher, de que forma o nosso biológico funciona. Este é um público que muitas vezes não conhece essas questão e que agora vai passar a conhecer. A proposta da legislação de Aracaju é justamente sobre incluir todas as mulheres e adolescentes", afirma Analice.

Além da oficina com as estudantes mulheres, a Coped também realizou uma ação com os estudantes do sexo masculino, com o tema 'masculinidade tóxica'. "Nós, montamos um calendário para que englobemos um grande número de escolas neste semestre. Pretendemos percorrer várias escolas no turno noturno para trabalhar esse tema", complementa Analice.

Segundo a coordenadora da EJA, Sueli Bispo, tratar de temas transversais nesta modalidade de ensino ajuda, inclusive, a cativar os estudantes. "Na EJA, precisamos trabalhar com a compreensão e a extensão dos temas transversais trazendo informação de qualidade e que façam sentido para a vida das pessoas. Então, esse é o grande ganho porque a gente começa a fazer com que o aprendizado ganhe sentido prático na rotina deles e não trazemos temas que são distantes de seus cotidianos", frisa.

Participantes

A estudante Ingrid Tiara dos Santos estuda o 8º ano na Emef Sérgio Francisco da Silva. Ela conta que esta foi a primeira vez que participou de uma roda de conversa sobre este tema. "Está dando para tirar muitas dúvidas e, como é uma conversa entre mulheres, dá para ficar bem à vontade. Dá para tirar dúvidas sobre o uso do preservativo e até mesmo sobre o uso do absorvente, que algumas mulheres não sabem como usar corretamente e ficam com vergonha de perguntar à mãe ou à irmã."

Ana Lúcia Ferreira Santos também participou da oficina e conta que nunca havia discutido sobre higiene íntima e saúde da mulher. "Estou achando legal participar. É importante se prevenir e hoje consegui aprender muitas coisas novas", revela.