O terceiro encontro do Central Periférica, evento realizado pela Prefeitura de Aracaju, através da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), contou com a participação da Central Única das Favelas (Cufa) em Sergipe, na noite desta terça-feira, 19, com rodas de conversas, workshop de discotecagem e pocket show. O evento tem por objetivo firmar parcerias com coletivos culturais periféricos para que desenvolvam agendas culturais no Centro Cultural de Aracaju, aproximando as comunidades ao centro da cidade.
O Coletivo à frente desta edição, a Cufa, trouxe para a programação rodas de conversas que promoveram debates sobre o impacto social do marketing e as expressões da cultura negra na periferia, com as comunicadoras Duda Pereira e Eloísa Galdino, respectivamente. Os participantes puderam ouvir e compartilhar sobre suas experiências com os palestrantes, além de, ao final, assistir apresentação de dança break e o pocket show com o artista Lampião da Rima.
Para o coordenador do Núcleo de Produção Digital da Funcaju, Anderson Hot Black, falar da comunicação na periferia, da expressão negra periférica, instrumentalizar o pensar político da população jovem negra é importante. “É essencial acertar em ocupar o Centro Cultural. Insistimos em convidar os coletivos e a população para visitar, para conhecer os trabalhos que são desenvolvidos pelos coletivos. Nesta noite, a Cufa pode trazer grandes debates, como também, tivemos apresentações artísticas que somam e fazem essa cultura tão diversa”, comenta Hot Black.
A presidente da Cufa Sergipe, Verônica Paiva, relata a importância da parceria entre a gestão e os coletivos presentes nas periferias. “O evento comunga muito com o trabalho do coletivo, em dar vez e voz, em ocupar os espaços com os talentos que têm dentro da periferia. Então, sair da sua zona de conforto, mostrar sua cultura, a sua potência, a partir do que você faz e produz, para além da sua comunidade, é importante. Receber esse convite e aceitar trazer pessoas que podem contribuir com esse movimento, é muito importante”, explica Verônica.
A primeira roda de conversa foi ministrada pela publicitária Duda Pereira, que trouxe para o público a temática “Comunicação, humanidade e impacto social através do marketing”. “Agradeço a oportunidade de falar sobre a temática, do convite da Cufa e da Funcaju por fortalecer a cultura da periferia. Não há como falar sobre o marketing social sem falar da cultura e trazer para esse público sobre isso, a importância dessa reflexão para ampliarmos os trabalhos com as causas sociais, foi muito positivo para mim”, relata a palestrante.
A segunda roda de conversa teve como palestrante a comunicóloga Eloísa Galdino, que debateu sobre “Expressões da cultura negra na periferia”. “Eu avalio que é uma iniciativa muito importante da Funcaju, da Cufa, porque você ocupa um espaço que é um equipamento cultural, trazendo um debate que tem muita pertinência hoje, que é descentralizar as políticas de cultura, olhando para aqueles fazedores de cultura e arte que estão em regiões e territórios que precisam mais da presença do poder público”, conclui a comunicóloga.
O engenheiro civil Leonardo Nunes elogiou o evento e os debates levantados durante a programação. “Gostei bastante de participar, de ouvir temas interessantes e importantes de serem debatidos. Fazer ações, ter um olhar mais social para a comunidade periférica, trazer conscientização sobre o tema, ouvi-los é essencial para que a conversa avance”.
