Critérios técnicos envolvem as ações de supressão e poda na Orla da Atalaia

Serviços Urbanos
21/09/2023 15h00

A avaliação de espécies arbóreas que compõem a estética urbana da capital é motivo de preocupação constante da Prefeitura de Aracaju. Deste modo, as ações relacionadas a essas espécies são definidas a partir de um trabalho intersetorial baseado em parâmetros técnicos que podem determinar, inclusive, a supressão do indivíduo arbóreo, como ocorreu na extensão da Orla da Atalaia.

Conforme explica a analista ambiental e coordenadora da equipe de flora da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema), Emanuela Carla Santos, no levantamento da situação fitossanitária das espécies localizadas na Orla verificou-se diversos problemas que impactam negativamente a região, principalmente no quesito segurança.

“Nesse caso, especificamente, observamos que alguns coqueiros apresentavam brocas, que são perfurações em seu estipe que comprometem a segurança. Além disso, alguns estavam com frutos pequenos caindo precocemente, representando um risco para a população. Por isso, deferimos a autorização ambiental para a retirada de 63 espécies na região na Orla da Atalaia, entre coqueiros, amendoeiras e casuarinas que estavam interferindo, tanto no tráfego de veículos quanto de pessoas”, detalha a analista ambiental.

Emanuela pontua ainda que mesmo sendo uma árvore de fácil adaptação a regiões litorâneas, o plantio do coqueiro não é indicado em locais onde há esse fluxo intenso, o que demanda um monitoramento contínuo no intuito de evitar acidentes.

Esse acompanhamento diário é efetuado pelas equipes da Gerência de Áreas Verdes da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb). “Toda vez que encontramos uma árvore que apresente riscos, como raiz exposta, brocas, infestação aparente de cupins, elevado grau de inclinação, queda de galhos, e muitas partes secas, fazemos registros fotográficos e enviamos uma solicitação de avaliação por parte da Sema”, afirma o coordenador de Podação, Rafael Aragão.

No procedimento de supressão, prioriza-se a extração em áreas onde o plantio feito na época da construção da orla foi inadequado, a exemplo dos canteiros centrais e passeio público, além de conflitos com o calçamento e risco de queda. A operação minuciosa dispõe de maquinário e agentes especializados.

“Nos últimos meses, após comprovação in loco, foram removidos coqueiros na região dos lagos, praça de eventos, Passarela do Caranguejo e Cinelândia. Somente nesta operação mais recente, extraímos 11 indivíduos, sendo 9 coqueiros e 2 amendoeiras, e prosseguimos nesta intervenção preventiva que objetiva o resguardo dos munícipes e turistas sem comprometer o meio ambiente e o bioma local”, diz Rafael ao enfatizar que em alguns pontos, a exemplo do canteiro central, houve o plantio de palmeiras “que não oferecem riscos à integridade física da população”.

O coordenador informou que além desse ponto turístico, outras atividades de supressão foram realizadas na cidade, totalizando mais de 230 árvores este ano. “Vale ressaltar que a Prefeitura de Aracaju mantém um trabalho paralelo de compensação ambiental. Assim, cerca de 6.000 mudas foram plantadas em diversos pontos em apoio logístico à Sema, responsável pela elaboração do plano de plantio da cidade”, reiterou.

Verificação de ocorrências
Ainda no tocante à supressão, a administração municipal conta com o trabalho da Defesa Civil de Aracaju, órgão vinculado à Secretaria Municipal da Defesa Social e da Cidadania (Semdec) que, desde 2022, já recebeu cerca de 109 ocorrências de risco de queda de árvores e tombamento das mesmas.

“Quando há a solicitação de risco de queda de árvore, nossas equipes são direcionadas para avaliar a base de inclinação e exposição de raízes, principalmente quando é encosta de morro que pode ocasionar deslizamento de terra. Uma outra preocupação que temos, principalmente nesta área da Orla, é com as fortes chuvas e ventos acima da média que podem provocar a queda dessas árvores adoecidas e também de galhos e frutos, colocando em risco a segurança de quem frequenta o local. Então, quando há a conclusão para a supressão, juntamente com a autorização da Sema, encaminhamos para a Emsurb para que seja elaborada a logística necessária que irá evitar a perda de bens materiais e até mesmo de vidas humanas”, ressalta o secretário da Defesa Social e da Cidadania, tenente-coronel Silvio Prado.

Podação
A atenção à situação das árvores nos espaços coletivos da Orla da Atalaia engloba, também, a atividade de podação. A tarefa respeita os seus quatro tipos - formação, limpeza, emergência e adequação -, os quais contam com critérios específicos de realização, além dos aspectos sazonais e aqueles ligados às espécies de plantas.

Deste modo, na última quarta-feira, 20, os agentes da Emsurb efetuaram a poda de limpeza em coqueiros ao longo do calçadão da Orla. “Nesta região, executamos o serviço a cada três meses ou conforme necessidade. Assim, removemos as palhas baixas e os frutos”, disse o coordenador Rafael Aragão.

“Esse é um serviço que nós executamos não só na Orla, mas em todos os bairros de Aracaju, pois entendemos ser essencial para manter o equilíbrio visual no ambiente urbano, garantir a visualização de placas de sinalização em vias públicas e deixar a cidade mais harmonizada”, ressaltou o presidente da Emsurb, Bruno Moraes.

Diante da atuação responsável e séria, embasada em conhecimentos técnico-científicos, com que os órgãos municipais desempenham os serviços de poda e supressão, a Prefeitura de Aracaju lamenta que esse trabalho seja tratado de forma politiqueira por setores da sociedade que agem deliberadamente para estabelecer falsos conflitos.