Em funcionamento desde o dia 17 de abril, a Maternidade Municipal Lourdes Nogueira (MMLN), localizada no bairro 17 de Março, tem demonstrado seu valor social com os números que registra desde então: já foram realizados mais de 1.300 partos, com índice de satisfação de 98% entre as gestantes que deram à luz na unidade e seus familiares. Fruto de um investimento superior a R$ 18 milhões, a unidade, por se tratar de uma equipamento que funciona de maneira integrada à Secretaria Municipal da Saúde (SMS), possibilita que o acompanhamento das gestantes ocorra desde a Rede de Atenção Primária, passando pelo acompanhamento gestacional, com consultas pré-natal e acolhimento pós-parto, tudo para garantir a oferta de um serviço de qualidade.
“Isso é a prova de que tudo aquilo que idealizamos e pensamos, no sentido de que essa fosse uma maternidade de referência, voltada para um tratamento mais humanizado, pensando sempre na mulher e na criança, vem se concretizando. Já foram realizados mais de 1.300 partos e milhares de procedimentos, entre exames, consultas e outros; números extremamente significativos, que mostram que, realmente, essa maternidade, que era esperada desde 2012, é de extrema necessidade. Localizada numa região de vulnerabilidade social, o equipamento vem cumprindo a sua função e atendendo muito bem a essas gestantes”, destaca a secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza.
O complexo materno-infantil, o primeiro da rede municipal da capital, opera sob um novo viés, a partir de um olhar humanizado e igualitário e, ao longo desses meses de funcionamento, atendeu não somente mães aracajuanas, mas também de outras cidades sergipanas - 44 até o momento - e outras duas da Bahia, o que demonstra como a unidade tem se tornado referência na região. Nesse período, já foram realizados 5.000 testes de triagem neonatal, mais de 4.600 atendimentos de urgência e emergência, cerca de 16.000 exames laboratoriais e mais de 4.700 exames, entre teste rápido, USG, radiografia, tococardiografia e outros.
“Mais de 60% dos partos são de pessoas de Aracaju, mas quase 40% são pessoas de outros municípios, inclusive de outros estados, o que mostra que as pessoas têm escolhido ir para lá, e têm saído de lá referenciando essa maternidade para todas as mulheres como uma unidade onde a família vai chegar e será bem acolhida, tendo suas necessidades ouvidas e respeitadas. E o importante é que ela é a única maternidade nesse perfil. Nós não temos nenhuma outra maternidade, nem pública, nem privada, que tenha esse tipo de perfil que a Maternidade Lourdes Nogueira tem, que é o do parto humanizado. O parto normal, por exemplo, na rede privada, nem os planos de saúde cobrem. Então, isso significa dizer que até as mulheres que têm plano de saúde, têm ido para a MMLN por conta da proposta que é ofertada, dando preferência ao parto mais natural possível, e um atendimento acolhedor desde o momento em que a pessoa chega”, acrescenta Waneska.
A secretária explica ainda como funciona o protocolo de fluxo, criado pela SMS para integrar os atendimentos da maternidade à Rede Primária de acompanhamento com as gestantes. Segundo Waneska, quando a pessoa descobre a gestação na Unidade Básica de Saúde, passa a ter um acompanhamento com a equipe de Saúde da Família, chamado de pré-natal, e durante os procedimentos, a gestante é vinculada à maternidade.
“A proposta da maternidade também integra a intenção do município de Aracaju de melhorar a longo prazo as taxas de mortalidade infantil e materna. São indicadores importantes de saúde pública. Ao ser atendida e acompanhada na Unidade Básica, essa mulher é encaminhada para uma visita à Maternidade Lourdes Nogueira, para que ela possa conhecer e criar um vínculo com a unidade, antes mesmo do parto. Todo esse protocolo foi criado para que as mulheres consigam ter uma gestação e parto sadios, de maneira natural, realizado a partir de uma equipe multidisciplinar, reduzindo assim as chances de complicações. Isso é fundamental para impactar no longo prazo as taxas de mortalidade infantil, afinal se essa mulher é tratada desde o início e acaba tendo o seu filho de forma natural, isso impacta positivamente para conseguirmos diminuir essas taxas, principalmente nas localidades com vulnerabilidade social”, enfatiza Waneska.
A Maternidade
A MMLN é uma unidade especializada para o atendimento de gestações de baixa e média complexidade para a mãe, e de alto risco para a criança. Portanto, todo bebê nascido na unidade que necessitar de um acompanhamento mais complexo, contará com toda uma estrutura montada: são 10 leitos de Unidade de Tratamento Neonatal (UTIN), com berços aquecidos, respiradores e todos os equipamentos necessários para dar suporte à criança, 15 leitos divididos entre Unidade de Cuidado Intermediário Convencional (Ucinco), e a Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (Ucinca).
Além disso, a maternidade também oferece o quarto pré-parto, que é equipado com banheira para auxiliar no trabalho de parto normal, bem como conta com demais equipamentos e ferramentas necessárias para este procedimento. A unidade disponibiliza também uma equipe multidisciplinar devidamente preparada para atender às famílias de forma humanizada, respeitando as questões psicossociais, portanto, conta com médicos especialistas, obstetras, neonatologistas, anestesistas, ultrassonografiscas, fonoaudióloga, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, entre outros.
“Toda a equipe é engajada nesse cuidado; 60% dos partos realizados são normais, que é o parto preconizado pelo Ministério da Saúde. Portanto, cada profissional aqui atua a partir desse olhar, para garantir o acolhimento e o desenvolvimento do parto da forma mais saudável, respeitosa, digna e inserindo a família no evento, dando o amparo necessário, de modo a fazê-la se sentir segura. Todas as formas que existem para garantir essa humanização, nós estamos trabalhando. Nós temos acompanhantes 24 horas por livre escolha da paciente. Temos o Centro de Parto Normal, onde acontece toda a evolução do parto, com uma equipe assistencial, dando apoio à família. Trabalhamos com doulas, fazemos visitas guiadas, que são importantíssimas para a vinculação dessa gestante”, aponta a diretora da maternidade, Rita de Cássia Leal.
Conforme avalia a gestora da unidade, toda essa estrutura e política de funcionamento é fundamental para que a Maternidade Lourdes Nogueira mantenha o alto nível de qualidade do atendimento ofertado. “Com esse equipamento de saúde estamos conseguindo atender um público importante, de forma especializada, garantindo acolhimento e evitando uma peregrinação das mulheres em busca de atendimento. Fazemos o máximo para que a mãe e seu bebê saiam daqui com saúde e devidamente assistidos”, reitera Rita.