Em continuidade às ações voltadas ao Mapeamento Participativo das áreas de risco da capital, na manhã desta terça-feira, 26, a Defesa Civil de Aracaju, órgão que integra a Secretaria Municipal da Defesa Social e da Cidadania (Semdec), dialogou com os moradores da comunidade Aloque, no bairro Jabotiana. A ação mediada pelos membros do Núcleo Comunitário de Proteção e Defesa Civil (Nupdec) proporcionou aproximação e interação com a comunidade.
Na ocasião, o grupo dialogou sobre o funcionamento hídrico da região, tendo como base o mapeamento realizado pela Defesa Civil, associado às contribuições apresentadas pelos moradores, em sua maioria pescadores que vivem há mais de 30 anos na localidade. As observações, obtidas com base na vivência da comunidade, contribuem para o aprimoramento de dados que devem auxiliar o órgão na elaboração de estratégias preventivas e de mitigação contra riscos.
Segundo o coordenador da Defesa Civil de Aracaju, Robson Rabelo, a comunidade possui conhecimentos importantes sobre o funcionamento do local, o que pode contribuir com o refinamento de dados para o mapeamento da área. "Esse trabalho visa aprimorar dados, com a participação da comunidade. A partir disso, temos em vista a redução dos impactos que possam ser gerados por inundações, nas áreas mais suscetíveis do bairro Jabotiana, Aloque e proximidades", explicou.
Gervásio dos Santos, 73 anos, mora na localidade há 42 anos e atuou como pescador boa parte desse tempo. "A região se transformou muito. Foi importante [essa conversa]", considerou.
Valter César Santos, 52 anos, morador da localidade há 35 anos, também avaliou o encontro como "muito importante". "A gente agradece que a equipe venha aqui. Espero que tenha mais essa aproximação", disse o morador.
Nupdec
Os membros do Nupdec Jabotiana consideram rico o diálogo para agregar a contribuição dos moradores do Aloque. Na ocasião, também houve a participação de agentes comunitários de saúde, que atuam no bairro e interagem diretamente com a comunidade.
Membro do Nupdec e agente comunitário de saúde, Maxuel Oliveira Rezende considera esse momento importante, por reunir o conhecimento técnico e conhecimento de moradores. "Foi bastante satisfatório reunir esses conhecimentos e fazer essa articulação, com a busca ativa desses moradores, que tem essa experiência de mais de 30 anos conhecendo a dinâmica do rio e podem colaborar para desenvolver uma comunidade mais resiliente", avaliou.
O coordenador do Nupdec Jabotiana, José Guedes, afirma que as ações ocorrem de maneira sistemática, junto à Defesa Civil, e favorecem essa aproximação cada vez maior com a comunidade. "O encontro foi muito proveitoso, a fim de estar equalizado com as informações que os pescadores nos deram, pois já moram aqui há muito tempo e conhecem bem o fluxo das marés e dos rios", ressaltou.
Também membro do Nupdec, o professor Antônio Wanderley ressalta que há desafios na região e essa interação pode contribuir para ampliar o entendimento sobre essa dinâmica. "Foi uma primeira tentativa de conversar com os pescadores mais antigos do povoado Aloque, pois eles têm um conhecimento empírico e de décadas. Então, a Defesa Civil se apropriar dessas informações é muito importante para entendermos o funcionamento hídrico da bacia do Poxim", disse.
