Maternidade Lourdes Nogueira realiza discussão sobre asfixia neonatal

Saúde
28/09/2023 12h40
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A discussão de métodos, técnicas e as mais recentes evidências científicas sobre a causa de 23% dos óbitos dos recém-nascidos no mundo inteiro: asfixia perinatal. Esse foi o tema abordado numa ação de conscientização realizada na manhã desta quinta-feira, 28, pela equipe de Neonatologia da Maternidade Municipal Lourdes Nogueira (MMLN), a qual contou, inclusive, com a participação da secretária municipal da Saúde, Waneska Barbosa. 

De acordo com a secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza, em menos de seis meses de funcionamento, a Maternidade Lourdes Nogueira já criou uma cultura de educação permanente e capacitação dentre os seus colaboradores, o que é extremamente positivo para a qualidade dos serviços oferecidos à população.
 
"É extremamente importante que a maternidade promova esse tipo de ação constantemente. Com essas capacitações conseguimos melhorar nossa ação, atuando de forma integrada e atualizada, e todos os setores conversam e discutem a melhor forma de abordagem das usuárias que chegam aqui, para que consigamos aperfeiçoar, cada vez mais, a prestação desse serviço", destaca a gestora. 

Ainda segundo Waneska, essa capacitação sobre asfixia perinatal aborda uma temática extremamente relevante e debatida a nível internacional pelas implicações que podem ser geradas.
 
"Agir no menor tempo possível, de forma precisa, para que consigamos garantir a essas crianças um desenvolvimento saudável e equilibrado. Nas ações correlatas ao parto, podem ocorrem situações que gerem risco de lesão neurológica, comprometendo a vida dessas crianças. A ideia é que tenhamos sempre as melhores práticas, os conceitos atualizados norteando as ações da nossa equipe, para que ofereçamos o melhor serviço a quem vem buscar atendimento", pontua a secretária. 

A coordenadora médica do bloco de Neonatologia da MMLN, Manuela Santana, destaca que a ação sincroniza a programação permanente de atualização técnica com os propósitos de uma campanha desenvolvida em nível mundial. 

"Periodicamente, abordamos temas correlatos ao trabalho realizado aqui na maternidade, promovendo discussões contextualizadas e trazendo a informação técnica mais atualizada possível, contando com profissionais e instituições renomadas, focando na qualidade do serviço oferecido", frisa Manuela.  

Também atuaram como facilitadoras nessa capacitação as neonatologistas Aline Siqueira e Joiciane Barbosa, abordando temáticas específicas dentro do assunto apresentado. 

Asfixia e Implicações
A asfixia perinatal acontece quando o bebê fica sem oxigenação no momento próximo ao nascimento, podendo ocorrer antes, durante ou imediatamente após o parto. Estima-se que, no Brasil, aproximadamente 20 mil crianças nasçam com falta de oxigenação no cérebro em um período de 12 meses.
 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa condição ocupa a terceira causa de morte neonatal, representando 23% dos óbitos de recém-nascidos no mundo inteiro, além de estar entre as principais causas de lesão cerebral permanente em bebês nascidos com idade gestacional de 37 a 42 semanas.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), cerca de 10% dos recém-nascidos e mais de 60% dos prematuros precisam de ventilação pulmonar na sala de parto para restabelecer a respiração. Quando o procedimento é realizado por profissionais treinados, a partir de técnica adequada e ainda no primeiro minuto de vida, a maioria dos bebês se recupera.

Entre as sequelas neurológicas e déficits que podem surgir como consequência desse agravo, estão a paralisia cerebral, deficiência cognitiva, cegueira e surdez. Apesar de não ser possível prever determinadas situações, muitos casos de asfixia perinatal podem ser evitados se houver assistência pré-natal de qualidade para a mulher e o bebê, além de uma assistência adequada ao recém-nascido na sala de parto.