Curso de Canto Lírico é sucesso na Escola Oficina de Artes Valdice Teles

Cultura
18/10/2023 11h40

A Escola Oficina de Artes Valdice Teles (EOAVT), administrada pela Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), passou a oferecer, no segundo semestre deste ano, o curso de Canto Lírico, ministrado pela cantora lírica Marília Teixeira. O curso foi desenvolvido de maneira experimental na Escola de Artes, em janeiro, a partir de uma da parceria com o Conservatório de Música de Sergipe.

No período 2023.2, a Escola Oficina de Artes Valdice Teles acrescentou a oficina à grade de cursos regulares, possibilitando o desenvolvimento de um trabalho mais aprofundado com os alunos que buscaram pela oficina. A oficineira Marília Teixeira explica que a oficina busca trabalhar com os alunos em um sistema de tríplice, com o objetivo de formação de repertório, desenvolvimento da qualidade vocal e performance. Destacando que esta é uma possibilidade de desenvolver um trabalho metódico em uma arte pouco conhecida no cenário aracajuano.

“Não faz sentido estudar canto lírico para cantar só em casa, tem que explorar, então temos esse resultado que é estar preparando e ajudando a crescer um mercado que quase inexiste em Aracaju, que é o de cantores líricos. Então para cantar o repertório precisa desse estudo, nós temos recitais, óperas e concertos, então temos que preparar pessoas para cantar isso, é muito importante. Temos muito forró e folclore, mas o canto lírico faz parte de uma cultura abrangente que precisamos fazer parte também, a agenda cultural precisa ser completa, ter um pouco de tudo”, explica.

As aulas de Canto Lírico acontecem às terças, quartas e quintas-feiras, no prédio da Escola Oficina de Artes Valdice Teles. A oficineira conta que a turma é bem diversa nos quesitos de experiência, tom e potência vocal, o que a deixa animada pelas possibilidades do que pode ser produzido com a turma em termos de apresentações.

“É preciso de um trabalho técnico além de preparar para a performance, é preciso de um preparo antes de ir a público cantar; saber ler as partituras, identificar as notas e harmonias, então essa parte é essencial. Quando propomos aulas de canto temos todo um cronograma e para essa oficina eu trouxe esse respaldo para ensiná-los a como estudar do zero, então eu vou orientando e desenvolvendo a percepção auditiva deles, para saber se a voz está se colocando da melhor forma possível e como o aluno está sentindo o corpo na hora que está cantando”, conta Marília.

A aluna Mirella Silva, de 29 anos, conta que desde criança possui proximidade com o canto lírico e começou a cantar na igreja católica, e desenvolveu ainda mais sua paixão ao entrar no coro da Universidade Federal de Sergipe, onde teve a oportunidade de ser solista, em 2015, apresentando uma canção de Mozart junto a uma orquestra.

“O canto lírico não é muito popular, as pessoas acabam elitizando muito a ópera, mas é uma arte como qualquer outra, então é preciso popularizar essas músicas eruditas que acabam ficando muito restritas. Nós queremos que as pessoas entendam e vejam a ópera como uma arte para todo mundo, todos deveriam ter a oportunidade de assistir a uma ópera ou concerto. E até mesmo sair desse espaço do teatro e vir para esses espaços em que as pessoas possuem mais acesso, onde possam ver e entender melhor essa arte”, conta.

Diogo Oliveira tem 20 anos e vem de uma infância mais voltada para a música popular, cantando na igreja e em casamentos, mas sempre se interessou pelo canto lírico e encontrou na Escola de Artes a oportunidade de explorar esse interesse.

“Sempre achei uma forma de arte muito bonita e complexa, considero os cantores líricos verdadeiros atletas vocais, eles treinam bastante é mais do que um desenvolvimento vocal, é também físico. Ter essa experiência está sendo muito boa, a professora Marília é muito paciente e didática, ela costuma trabalhar com pessoas mais avançadas, mas está me ajudando muito, além da oportunidade de dividir esse espaço com colegas que vêm me apoiando e ajudando sempre que podem”, diz.

Para informações sobre a EOAVT basta acessar os perfis da Funcaju nas redes sociais  - @funcaju e @evaldiceteles, ou se dirigir à sede da escola, na rua Vila Cristina, bairro São José – a secretaria realiza atendimentos de 8h às 17h, pelo telefone (79) 3211-6913.