Prefeitura reforça orientação de combate à sífilis e ações preventivas

Saúde
19/10/2023 16h15

O Governo Federal instituiu e celebra, anualmente, no terceiro sábado de outubro, o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, chamando a atenção da sociedade sobre a existência e os perigos da doença. Diante nisso, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), reforçar o alerta sobre a doença e realiza ações preventivas.

“Durante todo o ano realizamos ações, mas, em outubro, intensificamos o alerta contra a sífilis. Nesta sexta-feira, 20, mais uma ação será realizada no Centro de Especialidades Médicas de Aracaju, o Cemar Siqueira Campos, das 8h às 13h, onde intensificaremos a testagem rápida para HIV, sífilis e hepatites virais, além da distribuição de insumos de prevenção para a população em geral”, explica a coordenadora do Programa de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST/Aids), Tuberculose e Hanseníase, Débora Oliveira. 

A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum, que tem tratamento e cura. Na maioria das vezes, a doença é assintomática. A pessoa não sente nada, o que diminui a procura pelo atendimento e pode aumentar a transmissão da bactéria nas relações sexuais sem camisinha.

Na capital, em 2022 foram registrados 289 casos de sífilis em gestantes, 127 de sífilis congênita e 732 de sífilis em adultos. Este ano, até o momento, foram registrados 202 casos de sífilis em gestantes, 78 de sífilis congênitas e 547 casos de sífilis em adultos.

Sintomas e diagnóstico
Os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas (ínguas). A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Podem surgir manchas em várias partes do corpo e queda dos cabelos. A doença pode ficar estacionada por meses ou anos, até o momento em que surgem complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas cardíacos, podendo, inclusive, levar à morte.

“A doença é diagnosticada através de teste rápido, disponível em todas as Unidades de Saúde da Família (USFs) e no Centro de Testagem e Aconselhamento [CTA], localizado dentro do Cemar Siqueira Campos. O exame consiste na coleta de sangue através de um pequeno furo no dedo e o resultado sai em 20 minutos. Se a bactéria for detectada, o paciente inicia imediatamente o tratamento à base de penicilina benzantina, que é o antibiótico mais eficaz na cura da sífilis”, ressalta a coordenadora.

Gestantes
O uso correto e consistente da camisinha nas relações sexuais e o correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de prevenção contra a sífilis. Mulheres devem fazer exame para verificar se são portadoras da doença antes de engravidar. Se a mulher estiver grávida e infectada, deve fazer o tratamento adequado para não infectar o feto. O parceiro da gestante também deve fazer os exames no pré-natal e o tratamento correto. 
 
Sífilis congênita
A sífilis congênita é resultante da transmissão da mãe para filho (transmissão vertical). Neste caso, o bebê pode desenvolver alterações no esqueleto e nos dentes, aumento do fígado e do baço, feridas na pele, anemia, icterícia, rinite e feridas na boca. Por isso, é importante fazer o teste para detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o resultado é positivo (reagente), tratar corretamente a mulher e o parceiro. Só assim é possível evitar a transmissão para a criança.

“A sífilis na gestação pode ocasionar o trabalho de parto prematuro, o aborto precoce ou tardio. Já a sífilis congênita pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou após os primeiros dois anos de vida da criança. Na maioria dos casos, os sinais e sintomas estão presentes já nos primeiros meses de vida. Ao nascer, a criança pode ter pneumonia, feridas no corpo, cegueira, dentes deformados, problemas ósseos, surdez ou deficiência mental. Em alguns casos, a sífilis pode ser fatal”, acrescenta Débora.