Prefeitura promove fórum temático sobre mulheres e ambientes saudáveis de trabalho

Com o tema “A mulher trabalhadora e as relações no trabalho: construindo um ambiente saudável”, a Prefeitura de Aracaju realizou nesta quinta-feira, 26, no Centro Universitário Maurício de Nassau (Uninassau), um fórum de debate conduzido pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio da Rede de Atenção à Saúde do Trabalhador (REAST), com o intuito de estimular a reflexão sobre a inserção da mulher no mercado de trabalho, as dificuldades e facilidades, sobretudo os desafios sobre a divisão do trabalho, desigualdade salarial entre os gêneros, e outros desafios ainda enfrentados por essa classe trabalhadora.

Na ocasião, a secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza, contribuiu com a discussão na mesa de debates traçando uma linha cronológica de sua vida profissional e com reflexões acerca da necessidade de uma rede de apoio entre mulheres e homens em direção a uma distribuição justa de espaços de poder.

“Temos um histórico de inserção da mulher no mercado de trabalho sem uma adequação dos ambientes para que ela possa efetivamente contribuir. Sabemos que nós, mulheres, ainda precisamos ter várias jornadas de trabalho, pois trabalhamos com foco na casa, no filho, no trabalho e outras demandas. Isso traz uma sobrecarga para todas nós, além de que, no momento de visualizar os salários, nos deparamos com valores desiguais e ambientes de trabalho não adequados para as mulheres. Esse momento de debate no fórum não é de disputarmos com os homens, mas de adequarmos os ambientes para que nós possamos demonstrar o quanto podemos contribuir com a sociedade estando inseridas no mercado, oferecendo o nosso conhecimento e tendo a oportunidade de ocupar determinados espaços que, na grande maioria, já estão ocupados pelos homens”, destaca Waneska.

Durante todo o dia, o público debateu como ocorre a divisão em relação ao trabalho entre homens e mulheres e por que socialmente, ainda, o trabalho doméstico é destinado às mulheres; sobre quais políticas públicas podem ser aperfeiçoadas para que as mulheres possam permanecer no mercado de trabalho ou mesmo almejar postos de trabalho melhores; e acerca de como construir ambientes de trabalho saudáveis, com base em relações interpessoais respeitosas.

Segundo a coordenadora da Rede de Atenção à Saúde do Trabalhador, Yara Verônica Couto de Vasconcelos, esse momento gera uma série de reflexões, principalmente a de que os homens não estão excluídos dessa luta por equidade. “Essa é uma luta que deveria ser de todos os homens, também, pois quando falamos de ambiente saudável não é somente para as mulheres, é com foco em um espaço adequado para todos os trabalhadores, e assim, para que as mulheres possuam ambientes saudáveis para desenvolver as suas competências e exercer a nossa atividade sem que precisemos esquecer que somos mulheres para ser aceita, afinal, não podemos permitir que tentem fazer esquecer da força do feminino”, ressalta.

A programação também contou com a palestra da assistente social e professora doutora Vera Núbia Santos, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que desenvolve pesquisas sobre condições de trabalho de assistentes sociais, arte e serviço social e em serviço social e política social.

A partir da palestra intitulada “Construção histórica da inserção da mulher no mercado de trabalho: causas e consequências”, Vera Núbia se debruçou sobre dados e ponderações sobre as 47,9 milhões de mulheres na força de trabalho em detrimento de 41,8 milhões de homens; espaços de poder; proteção social e direitos trabalhistas; salários desiguais; trabalho invisibilizado; etc.  

Nesse contexto, também contribuíram Vilma Leite Machado Amorim, desembargadora e gestora regional e nacional do Programa Trabalho Seguro na Região Nordeste e vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT/20ª região); e Joelma Dias, pedagoga e representante do Conselho dos Direitos da Mulher.