Alunos da rede municipal de ensino recebem orientações sobre violência de gênero

Educação
30/11/2023 11h45

Buscando despertar um processo de conscientização sobre violência de gênero, através do ambiente educacional, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Educação (Semed), e em parceria com o Conselho Municipal do Direito da Mulher (CMDM), tem realizado o projeto 'Violência de Gênero nas Escolas'. Nele, profissionais de ambas as pastas reúnem-se com turmas do ensino fundamental da rede para promover orientações aos alunos acerca do cuidado contra atos libidinosos, abusos e assédios.

As reuniões ocorrem em forma de roda de conversa com meninos e meninas matriculados nos anos iniciais do ensino fundamental. A equipe do projeto vai às escolas duas vezes por semana e esclarecem aos alunos sobre violência de gênero, como ela se caracteriza, o que fazer para se defender, entre outras ações. Coordenadora de Políticas Educacionais para a Diversidade (Coped/Semed), Analice Marinho afirma que é dialogado com os estudantes a importância de todos estarem conscientes que a aproximação ao corpo do outro tem limite e este deve ser respeitado em qualquer ambiente.

"O aluno tem que saber dizer 'olha, não pode fazer algo se eu não quiser. Você não pode ficar me incomodando dessa forma porque isso é importunação'. É um processo de conscientização em que, muitas vezes, as crianças não sabem o que é isso e acabam fazendo no automático ou como uma brincadeira. Não entendem como isso pode extrapolar limites com outra pessoa", explica Analice.

Ela cita exemplos de como a violência de gênero pode ocorrer no cotidiano escolar. "Às vezes podem tentar abraçar o colega à força, se aproximar do outro de forma invasiva. É neste sentido que estamos trabalhando, para diminuir casos menores, do dia a dia, e também alertá-los sobre formas de assédio", conta.

Na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Papa João Paulo II, localizado no bairro Santa Maria, alunos do 4° ano participaram da ação. A roda de conversa foi ministrada pela conselheira do CMDM, Joelma Dias. Segundo ela, esse trabalho nas escolas é fundamental na educação para a prevenção da importunação.

"Junto ao Conselho, estamos fazendo esse trabalho nas escolas municipais. A ideia é que crianças, jovens e a própria escola saiba como impedir casos de importunação, tanto na escola, como em outros ambientes, na sociedade. Temos trabalhado intensivamente esta temática para que saibam dizer que não é não. Homens e mulheres têm que aprender a respeitar os direitos do outro", pontua Joelma.

Diretora da Emef Papa João Paulo, Vanessa Moraes evidencia que esta ação é bastante bem-vinda, já que complementa o trabalho de conscientização que já é realizado na rotina escolar. "Muitas vezes a criança, em casa, não tem essa conversa mais direta sobre importunação, seja ela de forma física ou falada. A gente aqui na escola trabalha muito essa questão do cuidado e proteção com o próprio corpo, mas vir alguém de fora para realizar este diálogo mais objetivo é de grande importância para nós", comenta.

Aylla Roberta dos Santos, de 9 anos, fala sobre o que achou mais interessante durante o diálogo. "A gente conversou sobre não poder fazer as coisas que o outro não permite. E isso pode ser em relação ao homem também. Se ele não permitir, não pode se aproximar. Isso não acontece somente com mulheres", relata.