Centro de Referência de atendimento à Mulher realiza acolhimento às vítimas de violência doméstica

Agência Aracaju de Notícias
12/12/2023 16h32

O Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Cram) Maria Otávia Gonçalves Miranda, inaugurado pela Prefeitura de Aracaju no dia 21 de novembro, já está em pleno funcionamento. O equipamento é vinculado à Secretaria Municipal da Assistência Social, por intermédio da Coordenadoria de Política para as Mulheres. Por meio dele, as vítimas de violência doméstica podem encontrar o acolhimento que precisam, seja atendimento psicológico, social, orientação ou encaminhamento jurídico.

Os atendimentos são realizados por equipes formadas por mulheres, entre assistentes sociais, psicólogas, assessoras sociojurídicas, educadoras sociais e auxiliares administrativas. Para garantir o pleno funcionamento, a gestão municipal vai investir, mensalmente, cerca de R$ 100 mil.

Desde a sua inauguração, a equipe já recebeu no prédio 46 mulheres, entre elas duas são de outros municípios da grande Aracaju. A equipe do Cram também fará a busca ativa dos casos referenciados pelos Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e Patrulha Maria da Penha, com o objetivo de levantar as demandas e fazer os acompanhamentos técnicos necessários.

Localizado na rua Campo do Brito, 109, no bairro 13 de Julho, o Cram funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h, com capacidade para realizar 100 atendimentos mensais. A sua estrutura conta com recepção, salas de atendimento e de escuta qualificada, coordenação, banheiros adaptados, brinquedoteca e salas multiuso.

Vale destacar que a mulher que procurar o Cram contará com um atendimento sigiloso e equipes especializadas. Após o acolhimento, ela poderá ser encaminhada para outros serviços da rede de proteção, como o Creas, por exemplo. De acordo com a secretária municipal da Assistência Social, Simone Santana Passos, Aracaju também conta com o Plano Municipal de Enfrentamento à Violência contra a Mulher.

"Nós temos também o protocolo de enfrentamento, que dá todo o norte às mulheres vítimas de violência. O Cram vem se somar às ações dos nossos Creas. Atualmente, Aracaju possui quatro Creas, que fazem esse atendimento à mulher, o Cram e também conta com parceiros, como o Tribunal de Justiça, Ministério Público”, afirmou.

A coordenadora de Política para as Mulheres de Aracaju e coordenadora do Cram, Edlaine Sena, destacou que o diferencial do Cram é ser um serviço prioritário. “Como temos um aumento de denúncias e de registros de ocorrências, o município percebeu essa necessidade de efetivar mais um equipamento de proteção à mulher, dando prioridade à vítima. Então, todas que quiserem ter acesso às informações, que quiserem saber quais as medidas protetivas que elas podem acessar, podem procurar o Cram. A gente quer chegar às mulheres cada vez mais na prevenção. A gente também trabalha junto com a Patrulha Maria da Penha, pois a proteção à mulher é a nossa prioridade”, declarou.

Patrulha Maria da Penha

Umas das novidades é que o Cram Maria Otávia Gonçalves Miranda funcionará também como sede da Patrulha Maria da Penha, grupamento da Guarda Municipal de Aracaju (GMA), órgão vinculado à Secretaria Municipal da Defesa Social e da Cidadania (Semdec). De acordo com Vileanne Brito, coordenadora da Patrulha Maria da Penha, nenhuma mulher atendida pela patrulha, desde 2019, foi vítima de feminicídio. “Por meio do Cram, a mulher que sofrer violência doméstica e familiar na capital terá, em um único espaço, o acolhimento necessário para que recomece a sua vida”, disse.

A juíza de Direito Jumara Porto, coordenadora da Mulher do TJSE, explicou que o Cram marca o pontapé inicial de uma iniciativa que deverá ser ampliada ainda mais na cidade. “Apesar de todas as políticas públicas para erradicar a violência doméstica, temos registrado casos de feminicídio, então a gente realmente precisa atuar com afinco para mudar essa realidade em nosso estado. Estamos nos articulando com todos os prefeitos sergipanos e acredito que no final do ano que vem já teremos atingido todo o estado, tornando Sergipe uma referência no tocante a este equipamento”, disse.