Semed oferta aulas de reforço para alunos da EJA

Em ação de ampliação das ações de nivelamento da aprendizagem, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Educação (Semed), deu início ao reforço para os estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Com os resultados positivos do reforço realizado com os anos iniciais, que registraram um alto índice de desenvolvimento da capacidade leitora após as aulas extras, a Semed expandiu a oferta aos alunos da EJA, que também apontaram dificuldades de aprendizagem durante a Prova de Fluência Leitora, que diagnosticou os níveis individuais e específicos de cada aluno.

Além disso, ao pensar a EJA, é preciso fazer uma análise não só educacional, mas também socioeconômica, visto que os estudantes possuem características bem diversas que não se resumem somente a idade, mas a experiências profissionais, pessoais e familiares.  Neste sentido, a gestora da Coordenação de Educação de Jovens e Adultos (EJA), Sueli Bispo, destaca a importância da Prova de Fluência Leitora para identificar e entender a raiz das dificuldades de cada estudante. Ela também ressalta a importância do reforço como um elemento a mais na oferta de um ensino de qualidade e compreensão dos fatores externos de cada aluno.

“A partir de agora, os alunos que estiverem ainda classificados como não leitor ou leitor de sílaba vão estar submetidos a uma ação específica e individualizada, tendo um momento de reforço. A gente vai usar o material do Educaju, que é um material de qualidade e que a secretaria utiliza no ensino fundamental regular. O objetivo da ação é tentar fazer com que o aluno evolua mais na aprendizagem e que a gente possa mensurar o grau do desenvolvimento que ele está conquistando”, explica.

Ainda um projeto-piloto, a ação do reforço foi instaurada inicialmente em duas Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs), a Oviêdo Teixeira e a Manoel Bomfim, uma vez que se trata de escolas com maior número de matrículas para a EJA, conta a coordenadora Sueli.

“A gente pensou em ser assertivo neste sentido porque também será um momento de autoavaliação, da gente sentir que estamos ofertando ao EJA a mesma qualidade de ensino que é ofertado para os anos regulares. Então, a ação do reforço na EJA já é uma das medidas para chegar a esse objetivo. Iniciamos agora nessas escolas, mas queremos que em 2024 ele continue sendo ofertado com esse material de qualidade, garantindo que esse aluno seja, de fato, um bom leitor, alguém capaz de compreender e chegar a um olhar crítico das coisas que ele está vendo, conhecendo e aprendendo, mas sempre respeitando e entendendo a realidade de cada um”, destaca.

As aulas
Com turmas divididas em duas, a de leitores e a de não-leitores, a Emef Oviêdo Teixeira disponibiliza 40 minutos para cada momento, com o professor Jonathan Rodrigues ministrando as aulas.  

“O objetivo do reforço é proporcionar um ensino direcionado a cada um deles, já que durante as aulas regulares não é possível que o professor dê a assistência necessária individualmente, pois são vários alunos com dificuldades específicas. Na aula regular o professor não tem o tempo necessário para dar assistência aos que estão com o nível baixo de aprendizagem. Portanto, o reforço existe para isso, para nivelar e aperfeiçoar a capacidade de cada estudante no que diz respeito à escrita, a leitura, a matemática. As turmas são divididas e assistidas por mim e pela estagiária, que irá sentar, conversar e identificar os problemas para, então, iniciar a intervenção”, diz.

Ansiosos para ler e escrever de forma efetiva, os estudantes se mostram empolgados e comprometidos com a ação de reforço, pois irão agilizar seu processo de aprendizagem.

Maria de Fátima Santos tem 51 anos e conta que ainda está soletrando, mas que o seu sonho é concluir os estudos. “Eu quero me formar, já estou adiantada um pouquinho, mas eu peço todo dia a Deus para aprender ainda mais. Com esse reforço, espero que eu me adiante ainda mais, porque eu gosto muito de estudar. Parei de estudar nova, porque tive meu filho e a minha mãe falou que eu tinha que trabalhar, estudar e tomar conta das minhas crias. Agora, voltei para a escola, adoro minha sala de aula e adoro meu professor, quero muito que esse reforço me ajude a ser ainda melhor nos estudos”, expressa.

Já José Raimundo dos Santos, de 45 anos, trabalha numa cervejaria e foi orientado pelo chefe a começar a estudar para ter melhores oportunidades de promoção dentro da empresa.

“Eu quero e preciso aprender a ler e escrever de verdade. O meu trabalho está me cobrando isso e eu não posso ficar desempregado. Espero muito que o reforço me faça aprender mais rápido e eu possa terminar os estudos. Eu já sei identificar as letras, mas ainda falta muito, a dificuldade de ler é muito grande, por isso eu espero, de coração, que o reforço me ajude em tudo isso. Preciso melhorar e aprender de verdade”, declara.