Limpeza pública e cooperação entre secretarias contribuem no controle do Aedes aegypti

Agência Aracaju de Notícias
07/03/2024 11h40

As altas temperaturas do verão e a ocorrência de chuvas em determinados períodos são fenômenos que tornam o ambiente propício para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito capaz de transmitir doenças à população, como dengue, zika e chikungunya. Para combater esse mal, que já afetou mais de um milhão de brasileiros somente este ano, segundo dados do Ministério da Saúde, a Prefeitura de Aracaju investe em uma série de medidas que apresentam resultados promissores na capital, como: o Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa); a campanha Aracaju Contra a Dengue; a criação de um grupo técnico de prevenção e controle de arboviroses; o Centro de Operações Emergenciais; o Plano de Intensificação de Controle do Aedes aegypti; além do trabalho regular e diuturno dos agentes de endemias.

Colabora ainda para reforçar as ações de combate ao mosquito, a eficiência dos serviços de limpeza pública da cidade, realizados pela Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb). Desde 2017, esse tipo de serviço, além de contribuir com o embelezamento das vias públicas, praças e parques, garante também o controle das arboviroses que afetam a população. A garantia de uma boa coleta de lixo e outras ações concomitantes fazem com que a quantidade de materiais que possam acumular água e, consequentemente, se tornar um berçário para o mosquito, sejam significativamente reduzidas.

O presidente da Emsurb, Bruno Moraes, destaca as principais ações desempenhadas pelo órgão, para manter a limpeza pública da capital, e explica como esses serviços têm colaborado diretamente com o índice de infestação geral de 1,0, considerado como médio risco para surtos ou epidemias, de acordo com o primeiro LIRAa de 2023, além da atuação colaborativa entre distintas secretarias do município, em prol da população.

“A limpeza pública tem correlação direta com saúde pública, por isso a Emsurb vem traçando as atividades que podem ser intensificadas para que a gente contribua com a Saúde de Aracaju, especialmente com ações de combate ligadas aos vetores do Aedes aegypti. Desde o início da atual gestão, intensificamos nossa aproximação com as comunidades, através de reuniões, para solucionar problemas. Com isso, conseguimos reduzir o número de pontos de descarte regular de aproximadamente 2.200, para cerca de 40 atualmente. Paralelo a isso, traçamos a setorização e roteirização do processo de coleta domiciliar, criamos o sistema cata-treco e a rede de ecopontos, estudos de reposicionamento dos 80 Pontos de Entrega Voluntária e um trabalho de coleta de pneus diretamente com oficinas, distribuidoras e lojas”, disse.

Ainda de acordo com o presidente, além dos trabalhos de limpeza realizados pela Emsurb de forma ordenada e do serviço de coleta domiciliar que atende 99,62% da cidade, o que torna os resultados ainda melhores para a capital e, consequentemente, para todos os aracajuanos, é a contribuição dos trabalhos em parceria com outras secretarias, como a Saúde (SMS) e a Defesa Social e da Cidadania (Semdec), através da Defesa Civil de Aracaju.

“Nosso trabalho é fundamental para contribuir com a Saúde do nosso município e evitar que os acúmulos, através de descartes irregulares, contribuam com o mosquito. Além disso, o grande planejamento que acontece em conjunto com a SMS, que identifica e aponta os locais onde precisam ocorrer os mutirões de limpeza, durante todos os finais de semana, bem como em relação a casas abandonadas, acumuladores, ou até mesmo terrenos onde fosse identificado o foco de qualquer indício do mosquito da dengue. Temos também a Semdec, que dialoga também com a SMS e, com o auxílio de drones, nos dão suporte com imagens aéreas do que não conseguimos identificar no solo”, pontua.

De acordo com a secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza, o diferencial dos trabalhos da gestão municipal para o combate ao mosquito é, justamente, o alinhamento entre as secretarias para atuarem em conjunto em prol da população. No entanto, a gestora lembra que todo o empenho do poder público complementa em 25% dos focos onde o mosquito pode se reproduzir, enquanto os 75% restantes dos locais em que, predominantemente, encontra-se pontos de água parada, são nos imóveis particulares, ou seja, o trabalho individual, de cada cidadão, é fundamental para garantir a saúde de todos os aracajuanos.

“Aracaju tem um diferencial na ação que acaba tendo um impacto muito positivo no combate às arboviroses, que é essa integração entre as secretarias. A Saúde auxilia no direcionamento de coleta de pneus, de limpeza de terrenos baldios e também de alguns serviços de limpeza urbana no geral, isso complementa os 25% dos focos que não estão nas casas das pessoas, mas sim nas ruas, algo extremamente importante para que o poder público possa fazer sua parte na prevenção. Com auxílio também da Defesa Civil, mandamos equipes de forma estratégica para bairros onde ocorreram maior incidência de chuva e, através das visitas dos agentes de endemias, verificamos se há chances de encontrar água parada e assim orientamos o descarte mecânico”, explica a secretária.

Waneska destaca ainda que “todas essas ações integradas são extremamente importantes para a melhorar a eficiência do trabalho”. “Uma outra parte tem que ser feita de forma individual, que são as pessoas dentro de casa, onde a gente não pode estar a todo momento, todos os dias. Colocamos os agentes nas ruas, eles fazem as visitas às casas, ensinam as pessoas a identificarem os focos e a não permitirem que eles existam, por isso cada um precisa fazer sua parte. No entanto, esse trabalho de integração das secretarias é fundamental e um diferencial para o município ter uma chance maior de desempenho mais amplo no sentido de controle do que aquele município que não faz esse tipo de integração”, reforça a secretária.

O secretário municipal da Semdec, tenente-coronel Silvio Prado, explica de que forma a Defesa Civil de Aracaju colabora com os trabalhos realizados tanto pela SMS, como pela Emsurb para inibir a reprodução do mosquito na cidade.

“A Defesa Civil vem contribuindo tanto na parte técnica, como também na parte operacional. No que diz respeito à técnica, a gente contribui identificando os bairros onde tem chovido mais na cidade e que por isso tenha um risco maior de infestação do mosquito, então todas as vezes que chove na cidade a gente disponibiliza a identificação dos bairros onde mais choveu para que no dia posterior a equipe dos mutirões possam ir nesses locais para retirar possíveis focos de reprodução do mosquito. Com o apoio operacional do nosso drone, que verifica de maneira mais otimizada e sobrevoa as áreas de infestação do Aedes, verificamos possíveis focos como caixas d’água descobertas, terrenos baldios com lixos descartados que muitas vezes não são possíveis de serem identificados quando os agentes de endemias andam pelas ruas, mas que com a utilização do drone isso se torna possível”, detalha.