Educação analisa alimentos para aquisição de itens da agricultura familiar

Educação
15/03/2024 17h00

Visando a oferta permanente de uma nutrição adequada para os cerca de 30 mil alunos da rede, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Educação (Semed), promoveu mais uma análise das amostras de alimentos provenientes da agricultura familiar. A ação, que ocorreu na manhã desta sexta-feira, 15, no prédio da pasta, faz parte do Chamamento Público para a seleção das cooperativas que fornecerão produtos servidos nas unidades de ensino, aos estudantes, e nas entidades filantrópicas conveniadas ao município.

A análise é realizada por uma comissão especial formada pelas nutricionistas da Coordenadoria de Alimentação Escolar (Coae/Semed), e representantes do Conselho Municipal de Alimentação Escolar (Comae) e da Comissão Especial de Chamada Pública para a Alimentação Escolar. Foram averiguados itens como hortaliças, verduras e bolinhos. Foram 35 produtos alimentícios fornecidos para análise através de cinco cooperativas sergipanas.

O secretário da Educação de Aracaju, Ricardo Abreu, pontua que há uma preocupação da gestão em, cada vez mais, avançar na educação da população, mas também em trazer desenvolvimento e cidadania para as comunidades. Conforme ele ressalta, a parceria com a agricultura familiar é de grande importância para o funcionamento escolar e significa mais um dos processos promovidos a partir do engajamento direto com a população da cidade e do estado.

"Hoje estamos testemunhando um momento importante entre esses processos. Os agricultores, os fornecedores, vêm apresentar as amostras das suas das suas produções para que sejam submetidas à análise criteriosa, tanto de membros da comissão, quanto da nossa equipe de nutricionistas. Os alimentos que serão servidos ao longo do ano letivo precisam ser aprovados e ofertados para os nossos estudantes e para todas as instituições filantrópicas que possuem algum tipo de convênio com a Semed Aracaju. Isso demonstra o comprometimento e preocupação de todos os envolvidos com a qualidade do ensino na capital", explana Ricardo Abreu.

O investimento aplicado na aquisição destes itens da agricultura familiar são provenientes  de 30% do valor recebido pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). A orientação é que o montante seja destinado aos Estados, Municípios e ao Distrito Federal, pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), e deve ser utilizado na obtenção de produtos alimentícios da agricultura familiar. Os alimentos são ofertados às escolas municipais da capital como complemento à alimentação principal, já que esta já é servida aos alunos através de empresa terceirizada.

Segundo a coordenadora da Coae/Semed, Paula Formiga, o processo de análise é iniciado com a pesquisa dos produtos que poderão ser ofertados pelos agricultores, e dos que poderão ser inseridos para o consumo dos alunos da rede e entidades filantrópicas conveniadas. Logo após, de acordo com ela, é elaborado o cardápio com adequações para o que pode ser incluído para os estudantes e, também, realizado o Teste de Aceitabilidade entre os alunos.

Um diferencial na análise dos itens, conforme explica Paula, foi a inserção de três itens novos no cardápio: cebola roxa, abacaxi e maracujá. "Os principais critérios que analisamos são se os alimentos têm condições íntegras; o grau de maturação, por exemplo. Nos produtos produzidos, como os bolinhos, olhamos os rótulos para observar se não contém conservante, margarina, ou algo que não deveria estar na ficha técnica. Tudo isso tem uma importância muito grande porque, além de garantir que os alunos tenham uma alimentação saudável, promove a valorização dos agricultores do campo e da produção local", enfatiza a coordenadora da Coae.

Membro do Conselho Municipal de Alimentação Escolar (Comae), Aparecida Dias diz que a análise faz parte de uma ação criteriosa muito eficaz. "Já estou há alguns anos participando desta ação para escolhermos e analisarmos os produtos que são oferecidos aos alunos. É algo maravilhoso. Criança bem alimentada aprende mais e melhor. Elas precisam de todos os ingredientes aqui inseridos para terem um desenvolvimento adequado e trabalharem o raciocínio e as habilidades sociais", evidencia.

Presidente da Comissão de Chamamento Público dos Produtos da Agricultura Familiar, Marília Ismerim declara que o recurso vindo do FNDE possibilita a aquisição de produtos locais e valoriza a produção do homem e da mulher do campo. "Além de fornecer uma maior variedade de alimentos aos alunos, pois alguns necessitam de mais nutrientes para compor a alimentação de suas casas, esta produção fortalece a aprendizagem. Após os resultados, os informaremos em ata e estes serão publicados no Diário Oficial para conhecimento das cooperativas aprovadas e para a futura contratação", explica.