Neste mês, a Defesa Civil de Aracaju, órgão que integra a Secretaria Municipal da Defesa Social e da Cidadania (Semdec), celebra seis anos de implantação dos Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil (Nupdecs), na capital sergipana. A iniciativa, que já resultou em grandes avanços para a redução de riscos, conscientiza e aproxima as comunidades que residem em áreas monitoradas das ações de prevenção, mitigação, preparação e resposta frente aos eventos adversos.
Desde 2018, dez Nupdecs já foram formados. Entre os bairros que abrigam essa iniciativa estão Jabotiana, Soledade, Porto Dantas, Cidade Nova, América, Industrial, Santa Maria, além do Nupdec zona Sul, que contempla os bairros da antiga Zona de Expansão, Nutdec - Núcleo Técnico de Defesa Civil, formado em parceria com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe, e o Nupdec Área PEC, no bairro Atalaia.
O secretário da Defesa Social e da Cidadania, tenente-coronel Silvio Prado, enfatiza o propósito de engajar a sociedade nas ações, principalmente na prevenção. "Para construir uma cidade resiliente, entendemos que precisamos caminhar junto com as comunidades que tem uma experiência, o convívio e conhecimento diferenciado sobre as áreas que são monitoradas pela Defesa Civil. É uma somação de esforços onde todos ganhamos, sendo os Nupdecs os olhos da Defesa Civil nas áreas de risco. Esse vínculo possibilita uma rápida comunicação diante de situações adversas e reduz de maneira significativa o tempo de resposta, mediante o acionamento do órgão. É um trabalho pautado, essencialmente, na prevenção, e que vem gerando resultados muito positivos para a cidade", avalia o secretário.
O trabalho desenvolvido junto aos Nupdecs, em Aracaju, se tornou referência para os demais municípios brasileiros no que se refere ao processo de formação e manutenção dos Núcleos e no que se refere ao programa de Mapeamento Participativo. As iniciativas passaram a integrar o Banco de Boas Práticas da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec).
Segundo o coordenador da Defesa Civil de Aracaju, Robson Rabelo, os voluntários contribuem diretamente com as atualizações do mapeamento de áreas de risco, na capital. "Esse documento elaborado e atualizado pela Defesa Civil envolve estudo e monitoramento das áreas de risco. Para aprimorar e detalhar esse instrumento direcionador de ações contamos com informações proporcionadas pelos moradores das comunidades que fazem parte dos Núcleos. Esse conteúdo enriquece o mapeamento e compõe o Plano de Contingência para efeitos das chuvas em Aracaju", salienta o coordenador.
Essas e outras contribuições são enaltecidas pelo secretário da Defesa Social. "É um trabalho importante para a cidade e em especial para as comunidades localizadas em áreas de risco. Faz a diferença para as ações de Defesa Civil e materializa o lema que carregamos Defesa Civil Somos Todos Nós", enfatiza o secretário.
Voluntários
Dona Lúcia de Oliveira mora há, aproximadamente, 20 anos no bairro Porto Dantas e participou da fundação do Nupdec dessa localidade. "Os Nupdesc se identificam com todas as comunidades, de ponta a ponta, da cidade de Aracaju. Devido às necessidades que cada bairro possui, sabendo que são diferentes, cada Nudec tem seu trabalho diferenciado", destacou a voluntária.
Para o coordenador do Nupdec Jabotiana, José Guedes, as ações de conscientização ocorridas com a participação dos Núcleos apresentam grande efetividade, assim como a mediação promovida entre a Defesa Civil e a comunidade. "Nesse período tivemos várias ações em relação às enchentes e no que diz respeito à conscientização das pessoas que moram às margens do rio Poxim e nas áreas de risco, principalmente. O Nupdec Jabotiana atua em consonância com a Defesa Civil. A partir da qual tivemos atendidas as solicitações de desobstrução dos canais e dutos de condução das águas pluviais, o que fez a diferença durante essas últimas chuvas que tivemos, em especial nas ruas Manuel Dória e Antônio Alves Aragão", indica Guedes.
O voluntário acrescenta que os Nupdecs fortalecem ações nas comunidades e integram iniciativas que multiplicam boas práticas de Defesa Civil." Nessas ações vimos uma mudança grande no comportamento das pessoas. No ano passado fizemos uma ação junto com o Laions Club, Emsurb e Emurb, com a Associação do Sol Nascente e com o movimento ambientalista Jabotiana Viva. Todos de mãos dadas conseguimos retirar várias toneladas de materiais oriundos de construções e reformas de casas, que haviam sido jogados às margens do rio Poxim", pontua.
No bairro Soledade, Maria Eunice da Cruz, redobra a atenção, tendo como referência o aprendizado adquirido durante a sua formação. "Fiz o curso. Uma formação maravilhosa. Estou muito feliz. A gente dá continuidade ao trabalho da Defesa Civil, olhando as dificuldades que temos nos nossos bairros e passamos para órgão. Eu gostaria que todas as pessoas fizessem esse curso, pois é fundamental você ter o conhecimento das coisas que você realmente necessita e saber como acionar os órgãos competentes, que irão resolver a situação", considera a voluntária do Nupdec Soledade.
