Prefeitura estimula o comércio de artesanato manual no Chica Chaves

Serviços Urbanos
20/04/2024 13h48

Às margens do rio Sergipe está o Centro de Artesanato Chica Chaves, um espaço gerenciado pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), que concentra uma exposição de artes e peças manuais para oferecer aos aracajuanos e turistas a oportunidade de conhecer e adquirir peças do artesanato local. As cores decoram o espaço público, traduzindo, por meio de formas e matérias-primas aos visitantes, elementos da cultura sergipana de modo singular, através da confecção de peças produzidas pelas mãos das artesãs.

A artesã Noêmia Maria das Chagas Mendonça, 57 anos, iniciou suas atividades na confecção de colchas de renda irlandesa e pinturas em tecido para garantir uma ocupação e renda extra para seu lar. Ela relata que atualmente as peças que mais saem de seu box são as de crochê e peso de porta. Segundo ela, o ponto com precisão é o segredo para a elaboração de roupas bonitas que atraem os olhares dos visitantes e turistas. Ao longo dos anos, ela diz ter colecionado muitas histórias e feito boas conexões com os clientes. 

“Recentemente, uma cliente para quem fiz uma venda há alguns anos, me contatou para realização de novas peças de artesanato. Na realidade, até pensamos que as pessoas nos esquecem, mas ela lembrou do meu trabalho e dessa forma ficamos satisfeitos e nos sentimos especiais. Com certeza, uma das melhores sensações é o retorno do cliente, além do fato de termos essa estrutura que nos facilita a exposição do nosso trabalho, faça chuva ou faça sol”, refletiu.

Inaugurado em março de 2005 pela Prefeitura de Aracaju, o Centro de Artesanato Chica Chaves é um espaço que abarca inúmeros formatos de peças que vão desde o bordado feito à mão;  a renda irlandesa, crochê, vagonite, até criações voltadas para pintura em tecido, moldes de biscuí e vasos de cerâmica, além da confecção de bonecas de pano e esculturas temáticas que representam a cultura local. Entre as exposições estão figuras históricas, como Lampião e Maria Bonita, e elementos frisados nos tecidos, como caju e arara, em referência à capital. O local ainda reúne mulheres para troca de conhecimento e promoção do lazer para todos os visitantes e frequentadores.

A artesã e professora Erica Vieira da Silva, 52 anos, desenvolve peças que incluem, principalmente, pinturas, bordados e tecelagem. Sua história com a técnica do trabalho manual iniciou ainda quando era criança. “Quando eu ficava de castigo, eu fugia de casa para encontrar a roda de senhoras que teciam a renda, no interior de Laranjeiras. Em meio à curiosidade e vendo diariamente minha mãe fazer o bordado de vagonite, eu aprendi a prática, isso já faz 25 anos.

Um dos maiores prazeres da artesã Denise Pereira é fazer crochê, que aprendeu com apenas sete anos. Segundo ela, são 45 anos com a confecção de um tecido que tomou outros horizontes com a comercialização das peças no Centro de Artesanato Chica Chaves. “Fazer crochê me traz uma alegria, conquistei uma clientela fiel, uma verdadeira família, nos tornamos. Graças ao trabalho e à diversidade no estoque, consegui pagar a faculdade de Licenciatura em Geografia do meu filho, com o dinheiro e retorno financeiro da locação conquistada nesse espaço público. Graças ao Chica Chaves, disponibilizado pela Prefeitura de Aracaju, conseguimos esse reconhecimento", relatou com convicção.

O Chica Chaves está aberto para visitação, de terça a sábado, das 9h às 16h. A Prefeitura de Aracaju e a Emsurb fomentam a comercialização da cultura artesanal na capital por meio da expressão máxima de um povo: a arte.