Em alusão ao Abril Azul, mês de conscientização sobre o autismo, a Prefeitura de Aracaju, por intermédio do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Jardim Esperança, equipamento da Proteção Social Básica, gerenciado pela Secretaria Municipal da Assistência Social, promoveu na tarde desta quinta-feira, 25, uma ação comunitária com palestras sobre o tema, para usuários e colaboradores do equipamento localizado no bairro Inácio Barbosa.
O objetivo da ação é promover a conscientização de toda comunidade e dos colaboradores do equipamento, através da informação, promovendo o fortalecimento de vínculos e eliminando o julgamento e o preconceito. Além dos usuários, líderes comunitários e mães de pessoas autistas aderiram à ação que contou ainda com a parceria da Secretaria Municipal da Educação (Semed).
“A gente vem percebendo a demanda crescer de forma significativa. Então, a gente vê que é um tema que a gente precisa estar sempre se aperfeiçoando, compreendendo para não julgar. Aqui é um momento de a gente estar não só conscientizando a equipe, como também os nossos usuários, tranquilizá-los, porque aqui tem muito idoso com neto autista. Então, a primeira coisa que eles falaram, quando souberam do evento, foi ‘eu quero participar’, porque eles querem levar para casa a informação. A gente tem aqui a participação de líderes comunitários, de mães autistas, da comunidade, que às vezes até o filho não está no serviço, mas que através dessa atividade vão entrar no serviço”, explica a coordenadora do Cras Jardim Esperança, Luana Dias.
Ministrante da palestra, a coordenadora de Educação Especial da Semed, Maíra Ielena Nascimento, explica que para a educação atingir o objetivo social, é necessário o apoio de diversas áreas da gestão pública, a partir de uma intersetorialidade dos serviços.
“É muito importante falarmos, junto às comunidades, nas escolas, nos Cras, nas UBSs, sobre o que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Dialogar sobre quais são os principais sinais para que possamos favorecer a chamada ‘Identificação Precoce’, para que as pessoas fiquem cada vez mais atentas, para diminuirmos os preconceitos no que diz respeito ao autismo. Muita informação hoje é divulgada via rede social, porém,muitas vezes, sem um contexto devido. Então, para nós, esses momentos são muito ricos. Nós estamos fazendo isso nas nossas escolas e nos colocamos também à disposição para participar desses grupos, rodas de conversa nos Cras, nas UBSs, e em qualquer equipamento público que precisa sempre de mais informação”, afirma a palestrante.
Para a estudante Nicolle Evelyn Santos, 17 anos, pessoa autista, é uma oportunidade importante poder conscientizar as pessoas, para que entendam e respeitem as características de cada um.
“A maioria das pessoas tem preconceito porque acham que autista é uma pessoa doente ou uma pessoa que não tem capacidade para nada. Mas tem muitos autistas que tem capacidade, como eu, que toco piano, violino, flauta, gosto de cantar e fazer outras diversas coisas. Mas, tem alguns que têm características diferentes, com o seu próprio jeitinho de ser. Alguns são mais calmos, outros são mais barulhentos, ou são mais quietos, entre outros”, disse.
A cabeleireira Mirabel Cecília Alves Souza conta que essa foi uma oportunidade de entender melhor sobre o Transtorno do Espectro Autista e levar informações para a comunidade. Para ela, essa é uma forma de educar as pessoas e eliminar o preconceito.
“Pra mim foi uma novidade saber que tem um, dois e três graus de autismo. As pessoas tem que saber como lidar com a criança, porque o autismo não é uma doença. Então está sendo muito importante trazer isso aos bairros, espero que leve às escolas também, pra que saibam como lidar com o amigo autista. Muita gente acha que o autismo é uma doença, é uma criança diferente”, pontua.