A Prefeitura de Aracaju, através da Escola de Governo e Administração Pública (Esgap), em parceria com a Secretaria Municipal da Assistência Social, realizou, na manhã desta quinta-feira, 6, uma palestra sobre autismo para alunos, professores e pais da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Professor Diomedes Santos Silva. O encontro teve como objetivo a conscientização e o direcionamento dos presentes acerca do Transtorno do Espectro Autista (TEA) no âmbito escolar.
Durante a palestra, a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CMDPcD) e mãe de autista, Catharina Menezes, falou sobre particularidades que podem ser notadas na criança autista e como proceder em situações que as crianças com TEA possa sentir desconforto ou estranhamento, seja quando estão em lugares barulhentos, quando são abordados com toques físicos ou quando se deparam com algumas texturas.
“Hoje nós vamos falar especificamente sobre o autismo numa perspectiva de abordar a prática. É muito fácil chegar aos lugares e falar sobre o que é, sobre teoria, sobre as questões médicas, mas a gente precisa abordar a prática, o dia a dia, de como manejar e de como lidar com essas crianças e as suas características específicas, tanto no âmbito social, quanto no âmbito educacional. Então, hoje a gente está aqui na escola para trocar experiências com os professores, com os pais, e com as crianças. A linguagem precisa ser muito acessível para que eles entendam que o TEA não configura uma doença, não é uma situação que incapacita a pessoa, mas é uma situação que precisa ser vista com olhos específicos e precisa ter adequações específicas para o bom desenvolvimento das crianças”, explicou Catharina.
A coordenadora psicossocial da Esgap, Ana Dalva Trindade, conta que a escola de governo tem o compromisso de cuidar do bem-estar dos servidores e contribuir com orientações para os usuários dos serviços da Prefeitura.
“Hoje em dia muitas crianças estão sendo diagnosticadas e as que tiveram um diagnóstico tardio, acabam tomando conhecimento, então nós vimos a necessidade de os servidores estarem cientes sobre como proceder, como atender esse público, para receber todos de uma melhor maneira. É importante trazer para os pais também, porque dessa forma eles ficam sabendo dos seus direitos, além de também direcionar para que tanto os próprios, quanto alunos, como a equipe, não tratem com indiferença e contribuam para a conscientização sendo agentes multiplicadores das informações corretas”, disse Ana Dalva.
Para a dona de casa Simone Santos Bonfim, mãe de Moisés, de 6 anos, autista, palestras temáticas são importantes para promover conhecimento à população em geral. “Eu tiro pela minha experiência, porque só conheci e aprendi sobre o autismo depois que eu recebi o diagnóstico do meu filho. Após o diagnóstico, comecei a pesquisar e me inteirar mais sobre o assunto, então compartilhar esses conhecimentos muda o mundo de pais, mães e famílias, além de facilitar as relações, não só na escola, mas na sociedade. Além da escola, meu filho faz aula de recursos à noite e eu estou gostando do resultado da terapia, porque ele é acompanhado exclusivamente, só ele e a professora, e ela tem tido muitas observações sobre o comportamento dele”, conta Simone.
A dona de casa Érica dos Santos, mãe de Sophia Santos, de sete anos, revela que conversa com a filha sobre como lidar com uma pessoa que possui TEA. “Esse assunto eu já venho conversando com a minha filha já tem um tempinho e eu sempre reforço que os autistas são pessoas normais, que nem a gente, mas que é preciso ter um cuidado, uma ajuda, um direcionamento. Alguns deles não sabem escovar os dentes ou pentear o cabelo sozinhos. E é importante que as crianças estejam presentes na palestra, para que eles também saibam respeitar os coleguinhas”, pontuou Érica.