Apresentaram resultados satisfatórios em 2005 as ações da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc) pela ressocialização de adolescentes que estiveram em conflito com a lei, cumprindo medidas sócio-educativas. Cerca de 80 adolescentes foram atendidos pelo Programa Viver Legal, criado pela Semasc, dentro das regras estabelecidas pela parceria firmada entre a Prefeitura de Aracaju e o Poder Judiciário. O Projeto Viver Legal atende adolescentes com idade entre 15 e 21 anos, que cometeram atos infracionais, encaminhados pelo Poder Judiciário para o cumprimento de medidas sócio-educativas, que tem como meta atendimento mediante liberdade assistida e a prestação de serviços à comunidade. O cumprimento das medidas é realizado nos Centros de Referências da Assistência Social, onde os adolescentes prestam serviços à comunidade e são acompanhados e orientados por profissionais especializados, integrantes dos quadros da Semasc, que trabalham nos Centros de Referência. Além do cumprimento das medidas sócio-educativas, o Projeto desenvolve oficinas pedagógicas com os adolescentes a fim de proporcionar a integração social entre eles, no relacionamento familiar e despertar o interesse educacional e profissional do adolescente atendido. Na avaliação da coordenadora do Programa Medidas Sócio-Educativas, a advogada Maria Cristina Moreira, o trabalho desenvolvido com os adolescentes está mostrando resultados positivos e bastante satisfatórios. Estamos conseguindo reinseri-los na sociedade e reencaminhá-los para uma vida com cidadania. Eles estão redirecionando suas vidas e tendo oportunidades, comenta a advogada. Bom exemplo J. A. J. A, 16 anos, é um bom exemplo entre os adolescentes atendidos pelo Programa Viver Legal. Ele passou seis meses cumprindo medidas sócio-educativas no Centro de Referência da Assistência Social Carlos Fernandes de Melo, no bairro Lamarão, onde prestou serviço à comunidade, com jornada de 8 horas semanais. Ele saiu do Centro e deixou saudades. A dedicação e interesse do adolescente conquistaram todos os profissionais do Centro de Referência. O último dia em que J.A. passou no Centro foi motivo de festa e, ao mesmo tempo, de tristeza para os funcionários, que organizaram uma confraternização surpresa para a despedida do adolescente. Para a merendeira do Centro, Maria Siqueira da Paixão, o adolescente deixou saudades. Vamos sentir muito a falta dele. Ele é tudo que precisamos aqui: muito competente e ótimo menino, diz Maria. Todas as formas de incentivo foram expressas pelos funcionários da Semasc. A diretora do Centro, Maria Lindinalva Alves Nascimento, também não conteve os elogios ao adolescente. Ele é um menino dócil, comportado. Tenho certeza que ele aprendeu muito aqui e no projeto, foi uma lição de vida, comenta a diretora. J. A. J. A, emocionado, afirmou que foi um ensinamento para ele fazer parte desse projeto. Eu aprendi muito, meu comportamento mudou e agora sei o que é bom para mim. Vou sentir muita saudade, eu quero me inserir em algum programa social para aprender mais coisas boas da vida e esquecer o meu passado que jamais vou voltar, desabafa o adolescente.
