Nessa sábado e domingo, 17 e 18, a Prefeitura de Aracaju, por intermédio da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), promoveu os últimos dois dias de progração da III Semana Municipal do Hip Hop, com apresentações musicais, poesia e batalhas de break e rima. No sábado, 17, o evento foi realizado na Orla do Porto Dantas. Já no domingo, 18, na arena de eventos embaixo da Ponte Construtor João Alves (Aracaju/Barra), no Bairro Industrial.
Na Orla do Porto Dantas houve apresentações de nomes proeminentes da arte urbana de Sergipe, dentre eles: Arauto, Dani DK, Lampião da Rima, Dayo, Negratcha, Manu Caine, Yala, Pérola Negra, Griot Nagô, 2kSMP, Mali, Salva, Diih Polemik, MC Vaguinho e Jr. Gregório. Durante o evento, os DJs Preto JB e Jolly acompanharam os artistas.
No domingo, as atividades tiveram início às 14h, com a Batalha de Break, apresentada pela b-girl Diih Polemik e julgada pelos b-boys Robinho, Miúdo e Badalo. A programação seguiu com a apresentação de poesia por Blenda Santos, Anne Souza, Mali e Yala. Às 17h, foi dado início à Batalha de Rima, que destinou as premiações de R$300 e R$200 para os dois primeiros colocados. Durante o encerramento, os artistas foram acompanhados pelo DJ Edinho.
Segundo a rapper Mali, que esteve presente em diversas atividades da III Semana Municipal do Hip Hop, “é muito bacana ter essa estrutura da Semana do Hip Hop, porque as batalhas de rima ocorrem todos os dias na Grande Aracaju, com formas de fomento independentes, que vêm sendo feitas com muita disposição e sem recursos como um bom som, sem uma estrutura que permita a gente amplificar a nossa arte. A cultura Hip Hop é uma arte que salva muitas vidas, então é muito importante para nós ter essa estrutura disponível para termos o reconhecimento que merecemos. A batalha de rima é uma cultura educativa e é um dos pilares mais importantes dentro do Hip Hop e também para o povo preto e periférico”.
Para o primeiro colocado da Batalha de Rima, Rian Dias, de nome artístico Hell Bala, a iniciativa da Prefeitura de Aracaju de promover um evento com suporte técnico incentiva os trabalhos de profissionais da arte urbana. “Nosso trabalho que é feito com mente e voz não é algo palpável, é imaterial, então vivemos em uma dualidade de trabalhar em outros empregos para ganhar dinheiro e gastar para trabalhar com arte, por ser nosso sonho e nossa meta. Toda vez que eu rimo com uma boa estrutura como essa, eu me sinto artista, porque na maioria do tempo não nos sentimos artistas, apenas entusiastas da arte. Quanto tenho estrutura e remuneração, sinto que não é apenas sonho, mas trabalho. Então quando temos um espaço aberto, com a garantia de que o evento vai começar e acabar com todo mundo em paz já é uma vitória”, afirma Hell Bala.
Realizada entre os dias 12 e 18 de agosto em diversos locais da capital sergipana, com oficinas, apresentações e diversas expressões da cultura urbana, a III Semana do Hip Hop atende à Lei Municipal 4.064/2012, que visa a promoção de diálogos sobre a cultura urbana e periférica em espaços públicos, a fim de reconhecer a importância dessas expressões artísticas para a cultura do município. O circuito do evento aconteceu na segunda semana de agosto, mês em que a Cultura Hip Hop completou 51 anos de existência.