A Prefeitura de Aracaju, através da Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat), integrou a mesa de abertura do workshop “Inclusão Produtiva para Pessoas com Deficiência em Sergipe”, promovido pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/SE) em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT), com a pró-reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Sergipe (UFS), o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e o Conselho Estadual das Pessoas com Deficiência e Altas Habilidades em Sergipe (Conser).
Durante a abertura dos debates, a presidente da Fundat, Edivaneide Lima, destacou a importância da inclusão. “Sabemos o quanto é difícil ter oportunidades de emprego, e é por isso que precisamos promover ações efetivas e com equidade, adequando-as para cada tipo de necessidade. Esse ano já captamos cerca 450 vagas e dessas foram encaminhadas 1.600 pessoas, em ampla concorrência e PcD, efetivando a contratação de 20% delas, sendo 44 pessoas com deficiência contratadas”, comemora Edivaneide.
Ainda em sua fala, a presidente comentou os desafios em ofertar oportunidades de trabalho e qualificação para essas pessoas. “Muitas vezes encontramos vagas, mas ainda faltam candidatos PcD’s qualificados para ocupá-las. Outro desafio que enfrentamos é o medo que muitos têm de perder os benefícios, a exemplo do BPC, após serem contratados e não serem efetivados na função. Muitos deixam de aceitar as oportunidades por conta disso, mas estamos em busca de alternativas para mudar essa realidade e promover a inserção dessas pessoas no mercado de trabalho, afinal eles são tão capazes e competentes quanto qualquer outro trabalhador”, aponta.
O superintendente Regional do Trabalho em Sergipe (TRE-SE), José Cláudio Silva Barreto, Caducha, afirmou que a missão da Superintendência é buscar soluções efetivas para atender essa população. “Para isso, precisamos ouvir quem de fato vive essa realidade, por isso, a escolha das instituições hoje aqui presentes. É uma questão de aperfeiçoamento e efetivação do estado democrático. A lei de cotas para contratação dessas pessoas é importante, mas a gente precisa ir além dela, porque uma coisa é a empresa só fazer em função da lei, que a obriga. Precisamos naturalizar o comportamento, fazer com que isso seja um ato democrático, civilizacional e que a inclusão não seja apenas vista como um marketing”, afirmou.
O presidente do Conselho Estadual das Pessoas com Deficiência e Altas Habilidades em Sergipe (Conser), Antônio do Luis dos Santos, fez questão de destacar a importância das discussões e do incentivo ao protagonismo dos PcD’s no mercado de trabalho. “Afinal, as pessoas com deficiência representam 12,1% da população aracajuana, 279 mil famílias sergipanas possuem alguma deficiência em seu centro. As políticas públicas para a pessoa com deficiência necessitam ir além da assistência social. Nós precisamos estar inseridos na sociedade como protagonistas em todas as esferas e, para isso, se faz necessário pensar maneiras de adaptar e garantir a nossa presença em todos os espaços. Essas discussões são essenciais”, garante.
Na oportunidade, a Fundat abriu um stand para cadastro de currículos e oferta de vagas voltadas às pessoas, e foi realizado ainda painel de debate com o tema “Inclusão produtiva X Capacitismo - Laudo não é destino”, além da exposição de experiências positivas para a inclusão produtiva das pessoas com deficiência.