Estação Cidadania cumpre papel fundamental na inclusão social de pessoas com deficiência

Agência Aracaju de Notícias
13/09/2024 10h00
Início > Notícias > Estação Cidadania cumpre papel fundamental na inclusão social de pessoas com deficiência

O esporte tem sido uma importante ferramenta quando o assunto é inclusão social. Além de promover a convivência em grupo, atividades desse tipo ajudam no crescimento pessoal, na percepção da participação de cada um na sociedade, no aprimoramento da disciplina, no respeito ao próximo, entre diversos outros aspectos. Pensando nisso, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Juventude e do Esporte (Sejesp), mantém a Estação Cidadania - Esporte Radialista Carlos Magno, localizada no bairro Bugio, zona Oeste da capital, um complexo poliesportivo consolidado como referência na promoção e democratização do esporte para a população.

Atualmente, o equipamento atende cerca de 2 mil alunos, matriculados em 20 modalidades diferentes: atletismo, badminton, basquete, capoeira, dança, funcional, futsal, fut7, ginástica aeróbica, ginástica rítmica, ginástica artística, ginástica dance, handebol, jiu-jitsu, judô, muay thai, vôlei, ritmos, taekwondo e atividades lúdicas.

A secretária municipal da Juventude e do Esporte, Liliane Borba, ressalta a importância do equipamento na garantia da inclusão de pessoas com deficiência, seja física, mental, intelectual ou mentora.

“A Estação Cidadania foi construída para que toda população possa utilizá-la. O uso do espaço tem uma função social muito importante de incentivar o esporte e mostrar o seu potencial como um todo. O principal objetivo da Sejesp é incluir a comunidade e proporcionar às pessoas uma experiência mais completa sobre como funcionam as modalidades, tendo conhecimento na prática. A prática de atividades físicas tem influência, sobretudo, no desenvolvimento cognitivo de crianças e adolescentes, especialmente PCDs”, explica a gestora.

Professor de futsal na Estação Cidadania, Jorge Menezes, 31 anos, afirma que o esporte é um importante aliado para o desenvolvimento do gesto-motor. Ele conta que sempre realiza uma avaliação motora em suas aulas, principalmente para as crianças autistas que tem uma leve bagagem motora, tudo isso para melhorar a qualidade de vida desses alunos.

“É um trabalho que requer tempo e bastante dedicação, porque esse resultado não aparece de forma imediata, é aos poucos. Realizo atividades específicas para o perfil de cada aluno. Dessa forma, garantimos que todos tenham as mesmas oportunidades. Nas aulas, eu trabalho o correr, saltar, pular, caminhar, equilibrar, gestos pequenos que ajudam no desenvolvimento de cada um deles”, afirma Jorge.

De acordo com o professor  de futsal e futebol de campo, Jordano Bruno de Melo, 31 anos, o equipamento poliesportivo democratiza o acesso ao esporte. “Muitas vezes, essas crianças não têm oportunidade de praticar esporte em outro local, até porque o custo é muito alto. Trabalhamos a inclusão, o respeito com o outro. Quando percebo que a criança está distante, faço brincadeiras em grupos, faço atividades lúdicas, como pular corda, pega-pega, atividades que tragam esses fundamentos de união”, detalha.

Desenvolvimento e lazer

Para além de contribuir para o desenvolvimento social e cognitivo, o esporte também serve como forma de lazer e distração. Técnica de enfermagem e mãe de três filhos, Cauã, Arthur e Lorenzo, Camila Marques, 36 anos, conta um pouco da história da sua família e sobre como a Estação Cidadania tem sido fundamental para o desenvolvimento dos meninos.

“Antigamente morávamos em um local onde não tínhamos acesso a um equipamento completo como esse. Mudar aqui para o Bugio foi muito bom, agora temos acesso a esses esportes mais perto de casa, em um local seguro. Vai ser muito bom para os meus três filhos, vão poder socializar, complementar a rotina, vai melhorar a saúde e o condicionamento físico. Meu principal objetivo é afastar eles das telas [aparelhos eletrônicos]”, afirma Camila.

Camila conta que os meninos estão super ansiosos para iniciar as aulas. “Quando recebi o diagnóstico do meu filho mais novo, Lorenzo, o médico pediu exame dos outros, foi quando descobrimos que os três tinham autismo. Precisei abrir mão da minha vida profissional, porque crio eles sozinha, apesar de ter rede de apoio. É bem puxado e difícil, teve dias que eu cheguei a pensar que não ia conseguir dar conta. Apesar de tudo isso, acredito estar fazendo um bom trabalho como mãe, porque só de olhar para eles, vejo que são meninos educados, tranquilos, não me dão trabalho e vejo que estou em um bom caminho. Esse espaço vai ser um grande aliado para o desenvolvimento enquanto cidadãos mesmo”, detalha.

Dona de casa, Thaís Monick Figueiredo, 30 anos, mãe de Lauriely Figueiredo Modesto, diz que a filha mudou completamente depois que começou a praticar esporte. “Eu sempre morei aqui no Bugio, então quando ela chegou na idade permitida, logo corri para fazer sua matrícula. Ela participa de diversas modalidades, como badminton, fut7, ginástica e jiu-jitsu. Ela gosta bastante e está sempre animada para vir”, afirma.

Thaís conta que Lauriely é uma criança autista, mas consegue fazer tudo, graças aos bons profissionais que a acompanham, desde psicólogos, psiquiatras e professores. “A rotina é muito cansativa, muitas vezes eu fico extremamente exausta, mas o esporte tem sido importante. Ela gasta bastante energia aqui, então já chega em casa mais tranquila”, disse. 

Novas experiências

O estudante Cauã Guilherme, 15 anos, conta que está muito animado. “Eu já estava de olho nos esportes que tem aqui, aí escolhi o futsal. Acho que vai ser bom para a minha saúde, para ter experiências novas e fazer amizades”, afirma.

Para o adolescente Arthur Gabriel Barreto, 12 anos, a Estação Cidadania é um bom lugar. “Eu vou fazer futsal aqui, mas também fazer novos amigos. Tem uma modalidade aqui que é boa como o badminton, que eu já joguei em outras escola e achei legal, em breve posso tentar também”, declara.

Medalhista na ginástica, a pequena Lauriely Figueiredo Modesto, 7 anos, conta que gosta de participar de tudo. “Eu sempre pergunto à minha mãe se já chegou o dia das aulas. Agora, estou participando do fut7, mas gosto de tudo. Meu professor é muito legal e eu tenho muitos amigos aqui”, conta.