Prefeitura realiza ação coletiva de conscientização contra o trabalho infantil

Discutir o trabalho infantil é fundamental, não apenas durante o mês de conscientização, mas ao longo de todo o ano. ,Mantendo o foco constante no tema, torna-se possível identificar e apoiar medidas mais eficazes para erradicar essa prática. Por esse motivo, a Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Assistência Social, realizou uma ação coletiva com equipamentos do 4º Distrito da capital, intitulada “Diga Não ao Trabalho Infantojuvenil”.

O evento, que teve como objetivo promover ações de mobilização e alerta contra o trabalho infantil, foi resultado de uma ação coletiva entre os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) Pedro Averan, localizado no bairro Industrial; Risoleta Neves, no bairro Dom Luciano; Maria José Meneses Santos, no bairro Coqueiral, e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) São João de Deus, no bairro Santo Antônio. Estiveram presentes no encontro os representantes de cada equipamento, as crianças e adolescentes assistidas, alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Dom José Vicente Távora, localizada no Bairro Industrial, bem como representantes da Central Única das Favelas (CUFA).

Na ação, crianças e adolescentes que compõem o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) realizaram apresentações de dança e de capoeira, além disso, participaram de atividades educativas e recreativas de pintura e construção de brinquedos com material reciclável. Em uma delas, inclusive, as crianças aprenderam a montar um cata-vento, símbolo que marca a luta contra o trabalho infantil, cada uma das suas cinco pontas representa um elemento crucial para garantir o bem-estar e os direitos das crianças: educação, proteção, saúde, participação e família.

“As ações de fomento trazem um lembrete à sociedade a respeito do quanto é importante nós falarmos sobre a situação do trabalho infantil com as crianças, com a comunidade escolar e com as famílias. É crucial que estejamos sempre colocando em evidência a pauta do trabalho infantil e seu enfrentamento para além do mês de junho, então esse é um momento que chama a atenção e traz uma possibilidade de engajamento maior, por traduzirmos para as nossas crianças, o conteúdo de forma lúdica também”, descreve a gerente das Ações Estratégicas do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Aepeti), Marirôze Villanova.

O coordenador da Proteção Social Básica (PSB), Reginaldo Vieira, reforça que esta é uma ação necessária e importante e que a missão é cada vez mais diminuir o número de crianças inseridas no trabalho infantil.

“O trabalho infantil é multifacetado e também muito naturalizado, então a proposta da Proteção Básica é trabalhar nessa prevenção, reafirmando para os pais, as famílias, e as próprias crianças, de que criança precisa brincar e se divertir. Infelizmente é muito comum escutarmos que o trabalho edifica o homem, mas existem outras formas de fazer com que a criança assuma responsabilidades, compromissos, cumpra seus deveres, que estão de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A gente precisa cada vez mais trabalhar em prol da erradicação do trabalho infantil, que afeta principalmente as nossas crianças que estão na periferia”, pontua Reginaldo.

Em complemento, a coordenadora do Cras Risoleta Neves, Vilma Bastos, explica como a articulação da ação foi pensada. “Nós analisamos o que poderíamos realizar enquanto mobilização dentro do território do 4º distrito, e levando em conta o número específico que nós temos de situações de trabalho infantil, feiras livres e mercados dentro do território, então, nós dos equipamentos, pensamos nessa ação em conjunto também com a rede. Criança e adolescente é para brincar e estudar, não é para trabalhar, então esse é o nosso foco”, explica a coordenadora.

Presente no evento, prestigiando a apresentação dos três filhos, Adilma Santos conta o que achou da ação. “Meus filhos amam o Cras e aprendem muito com as oficinas e as dinâmicas. Pra mim é importante reforçar que a criança precisa se divertir e, além do dia de hoje, todas as atividades que meus filhos participam dentro do equipamento, isso é bem reforçado, eles gostam muito”, disse.