Em meio às diversas fases da saúde da mulher, o climatério é uma que se faz necessário observar algumas sensações e sintomas. Por isso, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), alerta sobre o que é, quais os sintomas e os serviços disponibilizados no Sistema Único de Saúde (SUS).
A referência técnica do Programa Saúde da Mulher, Aline Oliveira, explica que a Organização Mundial da Saúde (OMS) define o climatério como uma fase biológica da vida, e não um processo patológico. “O climatério marca a transição do ciclo reprodutivo para o não reprodutivo, ocorrendo geralmente entre os 40 e 65 anos. Trata-se de um período de transição, que envolve mudanças físicas, psicossociais e emocionais significativas, afetando áreas como o estado afetivo, sexual, familiar e ocupacional. Essas transformações podem influenciar a maneira como a mulher vivencia essa fase e como responde às modificações em sua vida”, destaca.
O marco principal do período do climatério é a menopausa, causando a interrupção permanente da menstruação, diagnosticada retroativamente após 12 meses consecutivos de amenorréia, geralmente entre os 48 e 50 anos. Em alguns casos, pode ocorrer de forma precoce, antes dos 40 anos, sendo conhecida como falência ovariana precoce. Neste contexto, os sintomas podem variar e também não são permanentes. Entre os mais comuns estão a irregularidade menstrual, os fogachos (ondas de calor) e os suores noturnos. No entanto, as queixas que mais impactam a qualidade de vida da mulher durante o climatério são aquelas de ordem psicossocial e emocional.
No SUS, as Unidades de Saúde da Família (USFs) são responsáveis pelo acolhimento de mulheres durante o climatério. Inicialmente, é realizada uma consulta com enfermeiro/a para obter uma abordagem integral individual das queixas no climatério e viabilizar os encaminhamentos necessários para exames e outras consultas, bem como vincular a usuária para o devido acompanhamento. Geralmente, são exames de rotina e complementares que dão a visão geral dos efeitos do climatério no organismo. Para ter acesso aos serviços e orientações, basta procurar a Unidade de Saúde da Família de referência, no horário habitual de funcionamento, portando documento oficial com foto e CPF.
Ainda de acordo com Aline Oliveira, é fundamental adotar uma abordagem humanizada no cuidado dessas mulheres, priorizando intervenções mínimas e evitando o uso excessivo de tecnologias invasivas.
“O diagnóstico do climatério é essencialmente clínico, e a maior parte dos sintomas pode ser gerida com mudanças no estilo de vida, práticas de autocuidado e medidas comportamentais. O envelhecimento é um processo natural, biológico e não patológico, que requer dos profissionais de saúde uma atenção fundamentada em princípios éticos, aliados a habilidades relacionais, aconselhamento, orientação e promoção da saúde, sempre visando a melhoria da qualidade de vida”, conclui a referência técnica.