A Galeria de Arte Álvaro Santos recebeu, nesta quinta-feira,20 a Roda de Conversa “Cajuístas: Somos Cajus em Terra de Cajueiro?”, promovida pela Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju). O evento faz parte da programação da exposição "Cajuístas", que celebra os 170 anos da capital sergipana e homenageia artistas locais que utilizam o caju como símbolo cultural e estético.
A Roda de Conversa contou com a participação do artista Fábio Sampaio, curador da exposição e idealizador do projeto CajuCidade; do pesquisador em antropologia e turismo, além de servidor do escritório do Ministério da Cultura em Sergipe, Dênio Azevedo; e do jornalista, escritor e superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Luiz Eduardo Oliva.
Durante o encontro, os convidados debateram o papel do caju na identidade cultural de Aracaju, destacando sua simbologia na arte, na economia e no patrimônio da cidade. Segundo Fábio Sampaio, a exposição 'Cajuístas' é um convite para refletirmos sobre a nossa identidade aracajuana. “O caju, além de símbolo da cidade, é uma metáfora da nossa cultura, que se espalha, se reinventa e se adapta. A arte tem esse papel de provocar e valorizar o que é nosso.”
Dênio Azevedo reforçou a importância do pertencimento cultural e da relação entre a fruta e a identidade aracajuana: “Quando falamos em identidade cultural, estamos falando de pertencimento. O caju representa muito mais do que uma fruta típica; ele é um elo entre a nossa história, a economia e as manifestações culturais. Esse debate nos ajuda a entender como nos vemos e como queremos ser vistos”, acrescentou.
Já Luiz Eduardo Oliva ressaltou o caju como elemento de memória e construção da narrativa local. “O caju, assim como o patrimônio cultural, carrega memórias e simbolismos que ajudam a construir a nossa narrativa coletiva. Preservar essa identidade significa reconhecer o valor do que é genuinamente aracajuano e fortalecê-lo para as futuras gerações”, disse.
A exposição "Cajuístas" permanece aberta ao público até 16 de abril, reunindo obras de artistas como Aline Viana, Ana Caru, Ana Denise, Bebeto Souza, Caã, Dionéa, Eurico Luiz, Fábio Sampaio, François Hoald, entre outros. Além da mostra, a programação inclui apresentações artísticas e um desfile de moda em parceria com o Senac, reforçando a importância do caju na construção da identidade cultural de Aracaju.