SMS realiza ação pela Luta Antimanicomial com participação dos assistidos pelos CAPS

Saúde
21/05/2025 12h48
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A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) realizou, nesta quarta-feira, 21, uma ação coletiva em alusão ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial, celebrado em 18 de maio. A iniciativa aconteceu na sede da Pastoral do Povo de Rua, na Paróquia São Pedro Pescador, bairro Industrial, reunindo beneficiários e profissionais dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de Aracaju.
 
O objetivo central das atividades é dar visibilidade aos direitos das pessoas com transtornos mentais e reforçar o modelo de atenção baseado no cuidado em liberdade, conforme preconiza a Reforma Psiquiátrica. Atualmente, Aracaju conta com seis Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que atuam como serviços de portas abertas, substituindo a lógica manicomial e garantindo atendimento próximo e integral à população.
 
A programação destacou o protagonismo dos assistidos, que apresentaram oficinas, exposições artísticas, danças e poesias produzidas nos serviços da Rede de Atenção Psicossocial (Reaps). Segundo Lidiane Rosa, coordenadora da Reaps, os trabalhos são voltados ao cuidado em liberdade, promovendo inclusão, autonomia e reabilitação social.
 
“Hoje temos serviços substitutivos aos antigos hospitais psiquiátricos. Os CAPS oferecem acolhimento, oficinas terapêuticas, geração de renda e, sobretudo, liberdade. O beneficiário recebe o cuidado necessário e retorna ao convívio com a família e a sociedade”, explicou. 
 
 A atividade também contou com a participação do Projeto Redução de Danos (PRD), que desde 2002 atua com ações educativas e de orientação em saúde. “Nossa atuação converge com os princípios da Luta Antimanicomial, com cuidado construído coletivamente, respeitando o percurso de cada um”, pontua Keila Costa, gerente técnica do projeto.
 
Para o beneficiário Orly Duarte, assistido pelo CAPS AD Primavera, o acolhimento transformou sua vida. “Cheguei em situação de vulnerabilidade, dependente químico. Fui acolhido, passei pelo tratamento e hoje, há oito meses longe das drogas, consigo retomar minha vida com dignidade”, afirma.
 
A iniciativa integra a programação da Semana da Luta Antimanicomial, organizada pelo Grupo de Trabalho da Saúde Mental do município. Segundo José Wellington, representante do grupo, a proposta é sensibilizar a sociedade para a importância de uma política pública humanizada e inclusiva.
 
“O evento é um momento de afirmação: a saúde mental é uma pauta coletiva e o cuidado em liberdade é possível e necessário. Mostramos que Aracaju tem uma rede ativa e comprometida com essa causa”, concluiu. 

Centro de Atenção Psicossocial 

Em busca de uma sociedade sem manicômios, os CAPS vieram com o objetivo de serem serviços porta-aberta para cuidar da saúde mental. Nestes espaços, são ofertados serviços de tratamento e apoio a pessoas com transtornos mentais. 
 
Caso tenha alguma necessidade, a população pode procurar uma das seis unidades disponíveis: CAPS Jael Patrício (Zona Norte), CAPS David Capistrano (Zona Sul), CAPS Liberdade (Zona Central), CAPS AD Primavera (para maiores de 30 anos com demandas relacionadas ao uso de álcool e outras drogas), CAPS AD Vida (para jovens até 29 anos com demandas relacionadas ao uso de álcool e outras drogas) e o CAPS Infantil, voltado ao público infantojuvenil.