Setembro Amarelo: CRAS reúne comunidade em reflexão sobre saúde mental

Família e Assistência Social
10/09/2025 09h22
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Na tarde desta terça-feira, 9, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Família e da Assistência Social (Semfas), promoveu uma dinâmica no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Benjamim Alves Carvalho, em alusão à campanha Setembro Amarelo e à proximidade do Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, celebrado neste 10 de setembro.

Durante o encontro, os moradores da comunidade, assistidos pelo Cras, foram divididos em grupos para dialogar sobre sentimentos, emoções e cuidados com a saúde mental. A proposta buscou estimular a reflexão e a troca de experiências entre os participantes, fortalecendo vínculos e promovendo a conscientização sobre o tema. Ao final da atividade, cada grupo foi convidado a desenvolver uma expressão artística como resultado das discussões realizadas.

“É fundamental pensar no cuidado da saúde mental de forma ampliada, considerando que trabalhamos com um público que vive em diferentes situações de vulnerabilidade, construindo um cuidado integral, garantindo moradia digna, alimentação adequada, habitação e acesso a direitos. A proposta foi reforçar que o sofrimento não é apenas individual, mas também coletivo. Esse sofrimento deve ser cuidado com acesso a serviços públicos, garantia de saúde e de cuidado integral. É importante desconstruir a ideia de que cuidar da saúde mental se resume a procurar um psicólogo ou psiquiatra, a psicoterapia é importante mas existem outros fatores que contribuem para o bem-estar individual, como a garantia e o acesso a direitos, e é justamente essa rede de direitos que fortalece o indivíduo”, explica o psicólogo do Cras, Reginaldo Vieira.

Entre os participantes, Maria Zélia da Silva, de 68 anos, ressaltou como estas iniciativas contribuem para levar informação e conscientização à comunidade. “Eu acho muito importante esses debates que tivemos aqui, porque a gente acaba aprendendo coisas que não sabia. Gosto muito quando tem essas palestras com vocês ou com qualquer pessoa que venha conversar com a gente, é bom falar sobre as doenças físicas e mentais, sobre o que está acontecendo, o que pode acontecer e também sobre como a gente pode ajudar alguém que esteja precisando. Para mim, isso tem um valor muito grande”, descreveu Maria.

Em complemento ao relato de Maria Zélia, Célia Feitosa também trouxe sua percepção a partir da experiência em um dos grupos de debate. “No nosso grupo, nós conversamos sobre o sentimento, ficamos muito sensibilizados com a situação de uma colega que está passando por momentos difíceis, especialmente relacionados à saúde mental. Isso nos comoveu e decidimos que vamos ajudá-la da forma que for possível, acho que é isso que precisamos fazer, ajudar o próximo dentro das nossas condições. O sentimento é forte e toca a gente profundamente, por isso que considero muito importante o trabalho que o Cras realiza, pois nos permite conhecer essas situações, entender melhor e encontrar maneiras de apoiar quem precisa, é fundamental”, pontua Célia.

Também presente no encontro, Maria Vandinete Almeida compartilhou suas impressões sobre a dinâmica, destacando como a experiência despertou lembranças pessoais e a percepção da realidade de outras pessoas. “Então, minha história hoje aqui no Cras foi fantástica, no momento da atividade que a gente precisou fechou os olhos, eu me vi com meus dois filhos correndo num parque, brincando e comemorando o aniversário do meu mais velho. E o outro momento marcante foi o da amiga que está passando por dificuldades, isso fez eu me sensibilizar de formas diferentes mas ambas muito necessárias”, explicita Maria Vandinete.