Assistência Social de Aracaju realiza roda de conversa sobre trabalho infantil

Família e Assistência Social
04/12/2025 12h26
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Na manhã desta quinta-feira, 4, no auditório da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb)  aconteceu a roda de conversa: “Desigualdade racial e trabalho infantil: o que dados revelam”, promovida pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria da Família e da Assistência Social (Semfas). O principal objetivo do evento foi discutir políticas públicas de enfrentamento à problemática. 

Inicialmente, acolhidos pelo Centro de Atendimento ao Menor (Cenam) realizaram uma apresentação teatral sobre os impactos do trabalho infantil em crianças e adolescentes. Em seguida, foi realizada a mesa de abertura, as palestras e a promoção dos debates. Para o diretor de Direitos Humanos da Semfas, Márcio Melo, em um ano de gestão, já foram realizados avanços nas políticas de enfrentamento ao trabalho infantil. 

“Desenvolvemos a campanha municipal de enfrentamento ao trabalho infantil, que mobiliza diferentes frentes e reforça o verdadeiro lugar da infância: o direito de sonhar, de brincar, de estudar, de viver o lazer, e não o peso da responsabilidade pela própria sobrevivência. Em breve e já em alinhamento, firmaremos uma parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS) para o desenvolvimento de estudos e dados específicos sobre o nosso município. Afinal, a construção de políticas públicas eficazes depende de diagnósticos sólidos, que revelem a real dimensão dos desafios e orientem ações cada vez mais assertivas”, revelou. 

Segundo a técnica de referência das Ações Estratégicas do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (AEPETI), Mariroze Vilanova, o levantamento de dados é o primeiro passo para transformação dessa realidade. "A gente está aqui reunindo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística  (IBGE), dados relacionados à incidência da questão racial junto ao trabalho infantil. E a partir daí, vamos dialogar no nosso território, quais as estratégias mais eficazes de enfrentamento, considerando que a maioria das crianças em situação de trabalho infantil são pretas ou pardas”, explicou. 

A palestrante e professora, Carol Trindade, explicou como identificar as diversas categorias de trabalho infantil presente no município, mas também a faixa etária que mais é acometida. “Nós temos uma lista a partir da Organização Internacional de Trabalho sobre as piores formas de trabalho infantil. Nós conseguimos visualizar aqueles mais frequentes, como a exploração sexual contra crianças e adolescentes, seja na prostituição ou na troca por questões sexuais, temos a inserção no tráfico de drogas, ainda aqueles que trabalham como carregador em feiras livres. Então, se a gente está falando de uma criança de 7 anos de idade, por volta de uns 30 e 40 quilos,  ele carrega quase 10 quilos de peso.”, afirmou.

O professor Kleber Oliveira afirmou sobre a relação dos dados estatísticos e também como é feito esse processo de elaboração de dados para implementação de políticas públicas no combate do trabalho infantil. “Primeiro, é feito o diagnóstico da profundidade do problema. Depois, implanta-se a política pública e ela passa por um processo de monitoramento, que é onde podem ser feitas correções. Finalizado o prazo de execução dessa política, nós vamos avaliar os resultados e avaliar os impactos. Isso não pode ser feito apenas do ponto de vista qualitativo, embora a qualidade seja importante e complemente a análise”, aponta o professor da Universidade Federal de Sergipe.