Os 1.152 novos conselheiros escolares das 67 escolas municipais de Aracaju foram empossados na noite de ontem para debater os problemas das escolas, propor soluções e ajudar a prefeitura da cidade a conduzir o projeto educacional do município. A eleição, realizada nas comunidades em junho deste ano, consolidou o processo de participação popular e gestão democrática do ensino implantado em Aracaju na gestão do prefeito Marcelo Déda. Não é apenas a capacidade de realizar obras, definir prioridades e executar serviços públicos que mostram a qualidade de uma administração. O que muda o jeito de governar uma cidade é o espaço que ela abre para a participação popular, avaliou o prefeito durante a solenidade de posse e entrega dos certificados aos novos conselheiros, realizada no Iate Clube de Aracaju. Todos os segmentos que compõem a escola tiveram conselheiros eleitos e também suas representações na mesa de honra do evento: coordenadores, magistério, servidores, alunos e pais. O Conselho Municipal de Educação de Aracaju (Conmea) foi representado por sua presidente, Maria de Fátima Luduvice, e o Sindicato dos Profissionais de Ensino do Município de Aracaju (Sindipema), pela presidente Vera dos Santos. Para Marcelo Déda, uma administração trabalha com sucesso à medida que abre espaço para o povo colocar suas prioridades, acompanhar as ações e ouvir as explicações dos governantes sobre o andamento da gestão. Estamos na política porque acreditamos que a solução não virá de uma só pessoa que vai salvar a pátria, mas da construção coletiva de uma cidade justa com o povo consciente, enfatizou. Cada conselheiro deverá reunir periodicamente seus representados para debater assuntos relacionados à escola, colher opiniões e propostas que contribuam para a ação efetiva e fortalecedora da autonomia da unidade de ensino e definir os encaminhamentos necessários. Até o mês de agosto os conselheiros elegerão democraticamente o presidente de cada conselho escolar. De acordo com a secretária municipal de Educação, Teresa Cristina Cerqueira da Graça, o desafio é unir todos os segmentos que compõem a escola para fazer um pacto pela qualidade do ensino. A nomeação dos conselheiros hoje é prova viva de que a escola municipal é realmente um espaço democrático em que as decisões são coletivas, declarou. Em defesa da escola pública O prefeito Marcelo Déda aproveitou a ocasião da posse dos conselheiros municipais para conclamar os pais a se envolver mais na educação de seus filhos em nome de uma escola melhor. Só vocês sabem o valor que seus filhos têm. Quem mais do que os pais pode acompanhar a vida escolar de seus filhos?, questionou. Na opinião dele, quem mais precisa de prefeitura são os pobres e, num governo feito para as maiorias, a questão do ensino público é fundamental. Se não fosse a escola pública, o filho do pobre nunca viraria doutor. A sociedade e os governos têm o dever de defender o ensino público, mas é preciso que a população participe para saber cobrar e ajudar no processo, frisou o prefeito, ele mesmo ex-aluno da rede pública. Por decisão de Marcelo Déda, a Prefeitura de Aracaju abriu mão de nomear cerca de 300 cargos em comissão para as coordenações das escolas municipais e devolveu à comunidade o direito de escolher os gestores das unidades de ensino. Abrimos mão da conveniência política porque a educação não pode ser moeda de troca eleitoral. Isso seria política antiga, atrasada, que só vê o povo como eleitor e não como cidadão, falou. Mais vagas nas escolas Além de ter aumentado em 35% o número de vagas na educação infantil, a prefeitura construiu e reformou diversas escolas da rede. O cartão Bolsa-Família, do governo federal, já atende a 16 mil famílias em Aracaju com uma importante contrapartida: para receber o benefício, os pais devem manter seus filhos na escola. O vice-prefeito Edvaldo Nogueira; a vereadora e representante da Câmara de Aracaju, Conceição Vieira; secretários municipais, servidores, professores e a população de todos os bairros de Aracaju participaram da solenidade de posse.
