Prefeitura mantém Centro especializado para o atendimento de pessoas com deficiência visual

Agência Aracaju de Notícias
03/05/2007 09h49

Com idade entre 0 e 80 anos, cerca de 160 deficientes frequentam atualmente o Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAP/SE), mantido pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), em parceria com o Ministério da Educação e do Desporto (MEC). Criado em 1998, o CAP é o único do Estado e o segundo da rede municipal a ser implantado no Brasil. Na unidade são oferecidas diariamente a educandos cegos e de visão subnormal atividades diversas, como aulas de música, orientação e mobilidade, técnica do uso do Sorobã (cálculo matemático), educação física adaptada, treinamento visual, entre outras. Alguns serviços, a exemplo do curso de leitura e escrita do Sistema Braille, são extensivos a acompanhantes, pais, professores e qualquer outra pessoa interessada na melhoria da qualidade de vida dos deficientes visuais. É o caso de Luciene Dantas, mãe do deficiente visual Pedro Dantas, 13 anos. Ela está aprendendo a ler e escrever utilizando o Sistema Braille. “Eu me matriculei para ajudar meu filho. Aqui a gente encontra todo o apoio e a força para lutar junto com eles. Estou aprendendo muito”, garante. Segundo ela, desde que começou a participar das aulas, Pedro está se sentindo mais seguro e fazendo coisas que gosta, como ler e fazer novas amizades. “Comecei a frequentar o CAP há um ano e acho muito importante para mim”, confirma o adolescente. “Nosso objetivo é promover a autonomia do portador de deficiência visual e facilitar sua inserção na sociedade, seja na universidade, no mercado de trabalho ou em qualquer outra esfera. O aluno que entra aqui em faixa etária de escolarização, por exemplo, ele é alfabetizado e sai apto a ingressar na 2ª ou 3ª série do ensino regular”, diz a coordenadora do CAP, Margarida Maria Teles. Os atendimentos são feitos por uma equipe de profissionais especializados, além de voluntários. A professora de orientação e mobilidade, Maria Eci Barbosa, acredita que o trabalho que ela faz ajuda também a melhorar a auto-estima dos educandos. “Além de ensinar a se locomover, as aulas de orientação e mobilidade trabalham com o lado psicológico”, afirma. Um dos alunos de Maria Eci, Robyson Guildice, 29 anos, destaca os benefícios das aulas, entre eles a sensação de liberdade e de independência. “Antes eu só vinha acompanhado. Agora consigo chegar sozinho ao CAP. Não preciso mais de acompanhante para fazer este e outros trajetos”, diz Robyson, que mora em Nossa Senhora do Socorro. Matrículas Os interessados em participar das atividades, devem se cadastrar no CAP, que fica na rua Senador Rollemberg Leite, nº 194, bairro São José, esquina com rua Vila Cristina. Em seguida, um pedagogo faz uma avaliação funcional para verificar a acuidade visual, percepção de luz, cores, formas. Identificadas as necessidades de cada um, os deficientes são encaminhados às aulas mais apropriadas. “As matrículas são feitas por turmas. Cada aluno frequenta o Centro alguns dias na semana e nesses dias ele participa das atividades necessárias ao desenvolvimento das suas habilidades. Nós não trabalhamos com o sistema de seriação, como as escolas, e sim com apoio pedagógico especializado. O atendimento é feito de forma individualizada ou em pequenos grupos, para que o direcionamento, o acompanhamento e a atenção sejam maiores”, explica Margarida.