Alegria, brilho e nostalgia. Assim foi o clima da comemoração das festividades alusivas ao Natal do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Maria Pureza, localizado no bairro Suissa, que aconteceu na tarde da última sexta-feira, com apresentação de um Presépio Vivo, encenados pelos idosos do grupo de convivência daquela unidade. O encontro contou com a participação de toda comunidade, entre crianças e adolescentes que participam dos programas sociais e técnicos do Cras.
Os Cras representam hoje, para cada comunidade sergipana, uma porta de entrada para que todos participem dos problemas ligados ao seu bairro, como também é uma forma de integrar as três gerações constituídas: crianças, adolescentes e idosos. É através de festividades como essa que surge a oportunidade de apresentar os trabalhos desenvolvidos dentro dessas unidades, no qual os resultados das ações estão expostos nas atividades apresentadas pelos próprios usuários. Sobretudo este Centro, que tem como público-alvo crianças, adolescentes e pessoas da terceira idade, desenvolve projetos e programas sociais na área de Proteção Social Básica, tais como: Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), Agente Jovem, Inclusão Produtiva e Cadastramento do Bolsa Família.
Resgate da Cidadania
A coordenadora Josefa Iraci Mendonça comentou sobre o papel do Cras para a comunidade e a referência que ele tem hoje diante dessas famílias. "A nossa meta é fazer com que eles tenham uma qualidade de vida melhor, se sintam útil pelo que fazem. Em relação a essa festividade, eles que elaboraram tudo, está tudo muito lindo e emoção é o que não falta nessa festa; dar para perceber no rosto de cada um. Aqui eles participam de várias atividades, desde física, lúdicas, cursos artesanais, palestras, músicas, recitam poesias e encenam peças teatrais, como se observa neste Presépio Vivo do menino de Jesus. Tudo isso é gratificante para todos nós, que fazemos parte do Cras", revelou a coordenadora, destacando ainda os passeios enriquecedores realizados com outros grupos de convivência.
"As festas aqui são sempre assim, nesse clima de nostalgia, a gente declama poesia, manda mensagem para as amigas. É tudo muito lindo e eu me sinto como uma criança nascendo de novo para vida; danço, brinco, pulo, canto. Este Centro vem trazer a paz, a valorização do idoso, resgatar a auto-estima. Quando ficávamos em casa tudo era triste, ninguém nos dava valor, sempre estava doente; agora não, comemoro a vontade de viver. Então, o nosso prefeito nos deu essa oportunidade e temos que agradecer; fez esse lugar maravilhoso para gente. As meninas são maravilhosas, nos acolhem com carinho e têm bastante paciência com os idosos", exclamou satisfeita a aposentada Maria Inês Evaristo Silva, 66, integrante do Grupo Fascinação do Cras.
Maria Célia Santos, 72, aposentada e integrante do grupo de convivência, esteve o tempo todo empolgada com as apresentações daquela tarde e fez questão de se pronunciar em relação ao trabalho desenvolvido pelo Cras. "Aqui a vida não estaciona, a gente começa a viver de novo, somos mais valorizados, conhecemos pessoas boas, construímos novas amizades. No entanto, em casa, ficamos isolados, não temos nenhuma utilidade. Para mim, por exemplo, que não tenho filhos, marido, essa é a minha família e não quero me separar dela. A apresentação do Presépio Vivo com minhas amigas foi muito emocionante. Fiquei bastante emocionada com as mensagens do Natal. Agradeço a todos que fazem parte e que trouxeram esse Centro maravilhoso para nós", completou.
"É tudo tão lindo, alegria o tempo todo. Somos respeitados, aceitos, recebemos carinhos dessa equipe, elas se envolvem e nos tratam com muito carinho. A nossa comunidade ganhou um grande alinhado, pois temos proteção, aprendemos muitas coisas, participamos de vários cursos, atividades físicas, lúdicas, passeios e conhecemos outras pessoas que moram em outras comunidades, mas que fazem parte desses centros. Essa festa de confraternização mostra que o idoso está preparado e que tem criatividade também e volta a ser jovem também. É bom estar aqui nessa alegria", exaltou dona Maria Soledade Santos, 60, integrante do Grupo Fascinação.
