Quando Ignácio Barbosa transformou Aracaju na capital do Estado, há 152 anos, ela era descrita como um imenso charco, com muitas lagoas e córregos e cujas habitações ali instaladas poderiam ser facilmente alagadas. Mas através de obras preparatórias e de um crescimento planejado, ela se desenvolveu e contornou as dificuldades do terreno.
Na tarde de ontem, quarta-feira, o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, retomou o desafio de planejar uma infra-estrutura para abrigar a crescente população numa nova e delicada área. Ele entregou ao Ministério Público um estudo sobre a ocupação do terreno e soluções de macro-drenagem para a Zona de Expansão do município.
"É um ato histórico da Prefeitura em resolver, através de consenso, essa questão da drenagem para o futuro. Nesse sentido, devemos elogiar a preocupação do município em sanar tal problema e garantir um crescimento sustentável", ressaltou o promotor Sandro Luiz da Costa, da Promotoria do Meio Ambiente, ao receber o estudo das mãos do prefeito Edvaldo Nogueira.
Edvaldo explicou que a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) está aberta para discutir e encontrar o melhor caminho para a cidade. "Nesse primeiro documento consta um estudo de bacias e indicação de canais na Zona de Expansão; daqui a seis meses vamos trazer outro projeto de microdrenagem, ou seja indicando onde serão instalados tubos e galerias, por exemplo", garantiu.
"Nós entregamos um material que dá uma nova visão de licenciamento de obras. Ele traz a orientação de todo serviço, de toda a drenagem que há de se implantar para que um o empreendimento seja licenciado. Estamos procurando sanar os problemas existentes e preparar a cidade para o futuro", acrescentou o prefeito.
Para o presidente da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), Valmor Barbosa, todos saem ganhando com a iniciativa. "Temos agora um projeto único onde todo mundo vai ter que resolver e se enquadrar dentro desse estudo. Demos uma demonstração que o município está preocupado com o bem estar da população", explicou o engenheiro.
"Hoje a Zona de Expansão é uma área que representa 38,5% de toda a cidade de Aracaju. Dos 188 km², ela engloba 77 km² e ainda não dispomos de recursos suficientes para executar todas as obras de canais necessários. Por isso, vamos orientar melhor no presente e buscar recursos para o futuro", reforçou Valmor Barbosa.
Todo o estudo foi realizado pela Emurb ao longo dos seis últimos meses, depois de assinado Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a Prefeitura e o MP. "O objetivo foi evitar que novas construções fossem feitas de forma precária na região, orientar melhor os empreendedores que já se instalaram e solucionar o esgotamento", citou o promotor Sandro Costa.
Na oportunidade, a presidente do Conselho de Associações de Moradores do Bairro Aeroporto e Zona de Expansão (Combaze), Karina Drummond, elogiou a iniciativa. "Nós, residentes na região, estamos muito satisfeitos. Este é um marco na história de Aracaju, porque o prefeito Edvaldo Nogueira se sensibilizou com a Zona de Expansão. Hoje nós podemos dizer que temos uma previsão de ações que vão ser cumpridas, também com o apoio do Ministério Público Estadual e do Federal", comentou.
Ainda participaram da reunião os promotores José Elias Pinho, Augusto César Leite Resende, Luiz Fausto Valois, Rodomarques Nascimento e Deijaniro Jonas; o diretor de Gestão Urbana da Secretaria Municipal de Planejamento (Seplan), Juan Carlos Cordovez, e assessores técnicos da Emurb.
Seminário
Na oportunidade, o prefeito Edvaldo Nogueira anunciou que pretende realizar em março de 2008 um seminário para estudar o crescimento de Aracaju do ponto de vista urbanístico. "Já estamos trabalhando para que minha contribuição como prefeito seja deixar uma estrutura para que a gente possa crescer Aracaju planejadamente. Ainda não temos todos os investimentos suficientes, mas vamos trabalhar para possibilitar que Aracaju seja toda planejada", pontuou.