Abrigo Caçula Barreto e Casa Santa Zita realizam Natal integrado

Família e Assistência Social
21/12/2007 16h28
Início > Noticias > 33586

Crianças e adolescentes são iguais nos sonhos, nas diferenças, fantasias e brincadeiras. Esse foi o tema dos festejos natalinos das meninas e meninos atendidos pelas instituições conveniadas pela Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), através da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc) que, unidas pelo espírito de natal se reuniram na tarde de ontem, quinta-feira, na Casa Abrigo Santa Zita, localizada no bairro Getúlio Vargas, para comemorar mais um festa de paz, solidariedade e amor. O evento culminou com uma missa campal na quadra de esportes, celebrada pelo Padre Peixoto. Participaram o Abrigo Municipal Caçula Barreto, Lar Santo Antônio, Casa Santa Zita, representante da Semasc, Poder Judiciário, amigos e a comunidade em geral.

Este foi o primeiro natal integrado entre as instituições conveniadas pela Semasc, que contou com muito brilho, dança, brincadeiras, brindes, pipoca, doces e salgados, além da presença de Papai Noel, que veio abrilhatar a festa. Em seguida, houve apresentação do Coral dos meninos do Abrigo Caçula Barreto ,que entoaram o tempo todo as músicas referente ao natal. Para animar cada vez mais a festa, as meninas da Casa Santa Zita apresentaram uma linda coreografia, enfocando o espírito natalino, a harmonia e a união entre crianças e adolescentes ali presentes.

A Semasc tem contribuído como parceira na construção da cidadania de crianças e adolescentes atendidos por essas instituições, através de recursos repassados, como também com as construções do Centro de Referências da Assistência Social(Cras) e Centros Especializados da Assistência Social (Creas), instalados nas comunidades para atender as famílias de meninos e meninas que estão acolhidos nessas entidades conveniadas pela Rede Sócio-Assistencial.

Promoção da Cidadania

A promotora de justiça da 16ª Vara da Infância e da Juventude, Lílian Mendes de Carvalho, marcou presença no evento e falou sobre o papel dos abrigos hoje e a participação da Semasc na mudança para uma nova política dentro do campo da Assistência Social.

"Por essas crianças e adolescentes estarem nos abrigos, não quer dizer que estão privados de liberdade. No entanto, o Ministério Público se faz presente sempre que pode, nos vários eventos que envolvem a infância e adolescência em situação de risco social e pessoal, com objetivo, de junto aos outros órgãos e poder público, tornar esse ambiente em que elas vivem mais prazeroso e saudável. Contudo, essa é uma luta do poder judiciário junto à Semasc, conselhos tutelares, enfim todos os órgãos de garantia, para que possamos buscar alternativas, para acolher meninos e meninas que atualmente se encontram abrigados. Ela mostrou-se entusiasmada com a nova implantação do programa elaborada pela Secretaria de Assistência Social, que será implementado em 2008, que é a Família Acolhedora, na qual, crianças e adolescentes poderão viver dentro de uma lar", comentou.

"Quando cheguei na Casa santa Zita, tinha apenas oito anos de idade, sou órfã de pai e mãe, e fui acolhida pelas irmãs que me receberam com muito amor. No entanto, passei por várias adoções, morei na Barra dos Coqueiros, com uma família, mas não deu certo, retornei para o abrigo novamente e aqui permaneci por mais oito anos. Sobretudo, a falta de alternativas é que nos faz levar a outros caminhos, mas, quando acreditamos no nosso potencial, que somos capazes, a gente consegue vencer barreiras. Sabemos que a sociedade ainda olha de forma diferente, com preconceito, as meninas que estão nos abrigos, como se fossemos de outra realidade, enquanto, crianças e adolescentes são iguais em tudo, o que muda é a falta de oportunidade. Por isso, gostaria de deixar o meu recado hoje, aqui, nunca desista do seu sonho, a gente pode mudar essa realidade, depende de nós para mudar o mundo." Ressaltou a adolescente, Viviane Silva dos Santos, 18.

A assistente social do Abrigo Caçula Barreto, Sônia Carozo, que junto com toda equipe multidisciplinar que tiveram a idéia de fazer essa integração juntamente com a Casa Santa Zita, destacou a importância da integração de meninos e meninas dentro do mesmo contexto de confraternização do natal. "O nosso público alvo é do sexo masculino, cuja faixa etária é de 06 á 12 anos, que são meninos vítimas da violência doméstica e em trajetória de rua, que são encaminhados pelos conselhos tutelares para que depois possamos fazer um trabalho de reinserção familiar. Sobretudo, não posso dizer categorigamente que a nossa cidade seja muito violenta, porque o nosso público alvo, são crianças que sofreram diversos tipos de violência como: negligência por parte dos pais ou responsáveis, maus-tratos, abuso sexual e exploração do trabalho infantil. Contudo, tivemos avanços na área da política de assistência social, que nos proporcionou um suporte técnico mais equipado, como: a construção dos Cras, Creas e Uses, onde as famílias pudessem ser atendidas na sua própria comunidade. Explicou

Para Clécia Vieira Santana dos Santos de 13 anos, que faz parte das meninas acolhidas pela Casa Santa Zita, exaltou sobre a integração de outros abrigos estarem presentes neste dia de festa e confraternização natalina. "Sabe, aprendi a ler e escrever aqui no abrigo e outras coisas boas, as irmãs me deram essa oportunidade, apesar de estar longe dos meus familiares, me sinto bem amada por todos que fazem parte dessa casa, a gente é uma família. Uma festa como essa nos deixa bastante emocionados, os meus familiares estão presentes, pessoas da comunidade, assim podemos participar da mesma alegria, só estamos longe da nossa família por distância, mas, nos encontramos nos fins de semana e nas comemorações com estas." Destacou

" Essa integração com as instituições, como: Abrigo Caçula Barreto que é um entidade municipal, Lar Santo Antônio da igreja Católica, nos faz crescer cada vez mais e poder integrar crianças e adolescentes junto a comunidade e seus familiares que se faz presente no dia de hoje. Além do mais, o abrigo deixou de ser um internato, onde crianças e adolescentes ficavam privados de participar da vida comunitária, eram vistos como diferentes de outros meninos e meninas e hoje trabalhamos a promoção da cidadania, integrando junto a comunidade e a família." Complementou a Coordenadora da Casa Santa Zita, irmã Simone dos Santos

A representante da Semasc Silvana Maria dos Santos fez uma avaliação das ações desenvolvidas dentro das casas de acolhimentos, que antes eram vistas como abrigos, privando crianças e adolescentes de sua liberdade de lazer junto a sua comunidade. " A iniciativa do abrigo Caçula Barreto com a Casa Santa Zita, foi excelente, com isso, a gente percebe que a visão hoje de abrigo deixou de existir.No entanto, a integração que aconteceu nessa confraternização, um dia de lazer, descontração, com muitas brincadeiras, proporcionou, para que a comunidade, parentes e amigos pudessem participar também dessa alegria. Entretanto, assegurando assim, como preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente, o direito que toda criança tem de brincar e participar da vida comunitária." Observou