Prefeitura apóia ação no Dia Nacional da Visibilidade Trans

Saúde
30/01/2008 10h48

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a Associação das Travestis na Luta pela Cidadania (Unidas) realizaram ontem uma ação-piloto em comemoração ao Dia Nacional da Visibilidade Trans. O objetivo foi chamar a atenção da sociedade para a importância do respeito à diversidade sexual, tendo como prioridade o Movimento Trans, que representa as travestis, as transexuais e as trangêneros.

De acordo com o técnico do Programa de DST/Aids da SMS, Andrey Roosevelt Chagas Lemos, a Prefeitura sempre apóia este tipo de manifestação, já que tem como finalidade o combate ao preconceito. "Neste caso específico, a ação visou o combate ao preconceito dentro dos serviços de saúde de Aracaju. A partir daí, nós visitamos a Unidade de Saúde da Família (USF) Carlos Fernandes de Melo", comenta Lemos.

Localizada no Bairro Lamarão, a USF Carlos Fernandes de Melo faz parte da 8ª Região e foi escolhida exatamente porque possui uma população considerável de travestis como usuária. Na ocasião, foram distribuídas cartilhas que falam sobre o respeito a travestis no serviço de saúde e como melhorar relação entre este público e os profissionais de saúde. Além disso, membros da associação pregaram cartazes que foram confeccionados para esta campanha em específico.

Durante as visitas, a presidente da Associação das Travestis de Aracaju, Jéssica Taylor, fez uma explanação sobre o tema, abrindo espaço, na seqüência, para a fala das demais militantes do movimento homossexual, como Pâmela e Manuela, a assistente social da associação Eliana Chagas, e do representante do Programa DST/Aids da SMS, Andrey Lemos.

"A gente também defendeu a identidade feminina, já que a travesti exerce este papel e quer ser reconhecida como tal. Dentro desta ótica, ficou acordado que, na ficha de atendimento, vai constar o nome civil masculino e entre parênteses o nome feminino pelo qual a travesti gosta de ser chamada. Isso evita constrangimentos. Discutimos também dados do Ministério da Saúde (MS) que mostram as dificuldades das travestis no que se refere ao exercício da cidadania", revela Andrey.

Segundo pesquisas, as travestis ainda sofrem dificuldades para terminar os estudos e para procurar os serviços de saúde, por exemplo. Este fato acontece por conta da descriminação que vivenciam no seu cotidiano. "E isto ocorre desde a descoberta de sua orientação sexual. Por isso é importante o trabalho da unidade de saúde neste acolhimento, respeitando os princípios do SUS para que esta população se sinta assistida", ressalta o técnico.

Além de Andrey Lemos, participaram a assistente social Eliana Chagas (da associação); a coordenadora da 8ª Região da SMS, Carla Cristina; o gerente da USF Carlos Fernandes de Melo, Alessandro Reis; e equipes de saúde (médicos, enfermeiros, odontólogos, assistentes sociais, agentes de saúde comunitários e demais funcionários).