Médicos e enfermeiros da SMS participam de capacitação

Saúde
11/02/2008 10h21

Quarenta profissionais de saúde, entre médicos e enfermeiros da Rede de Urgência e Emergência (RUE) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) lotados nos Hospitais Municipais Nestor Piva (Zona Norte) e Fernando Franco (Zona Sul) e no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192 - Aracaju), participaram do Curso de Atendimento Pré-Hospitalar ao Traumatizado, também conhecido como PHTLS (em inglês, PreHospital Trauma Life Support).

Eles foram instruídos e avaliados por equipes de São Paulo e de Aracaju. O treinamento aconteceu nesse fim de semana, no Centro de Estudos da Fundação São Lucas. O objetivo foi preparar os profissionais para intervir com autonomia e confiança nos mais variados tipos de traumas.

Durante a capacitação, a diretora do curso, Júnia Shizue Sueoka, elogiou os profissionais da RUE da Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), em especial, as equipes do Samu. "O Samu Aracaju foi o primeiro pelo qual a gente realmente teve um sentimento grande de respeito. Isso se dá pela seriedade do trabalho que é realizado. A mentalidade do atendimento aqui não difere da mentalidade que é aplicada em São Paulo", destacou.

Para o secretário municipal de Saúde, Marcos Ramos Carvalho, o curso é importante não só pela troca de experiências entre os participantes, mas também pela qualificação dos profissionais da RUE. De acordo com ele, a SMS pensa sempre em qualificar seu pessoal para poder atender cada vez melhor a população de Aracaju, principalmente numa área tão importante e tão bem conceituada pela comunidade, como é a Rede de Urgência e Emergência.

"A programação do curso é vasta e inclui temas como cinemática do trauma, avaliação do paciente, manuseio do traumatizado, trabalho e liberação de vias aéreas superiores, identificação das lesões do sistema nervoso central, trauma de tórax, situações especiais com idosos, crianças e gestantes, entre outros assuntos. A realização da avaliação final é fundamental para se comprovar a efetividade da aprendizagem e para garantir a aplicação do que foi adquirido", comentou.

Segundo Sueoka, alguns municípios do país ainda precisam de um amadurecimento por parte dos socorristas, já que a emergência não pode esperar e os profissionais precisam agir de maneira coerente e uniforme. "A equipe é muito importante e este espírito a gente tem observado em Aracaju, diferentemente de algumas regiões do Brasil. A SMS está no caminho certo, pois todo treinamento em emergência é válido e precisa ser repetido várias vezes, já que as respostas têm de ser rápidas", ressaltou.

Padrão internacional

O PHTLS é um curso realizado internacionalmente e faz parte do programa da Academia Americana de Cirurgiões. Ele acontece apenas em 36 países. No Brasil, apenas a equipe do Dr. Renato Poggetti, do Hospital das Clínicas de São Paulo, está autorizada a promover o curso.

Para ser instrutor do PHTLS, é necessário ser convidado pela equipe. Aqui em Aracaju, os enfermeiros Evandra Coutinho e Dênisson Pereira integram a equipe. Segundo Dênisson, participar do corpo de instrutores requer dedicação e muito esforço.
"Estou realizando um desejo que tenho há muito tempo, pois comecei no SAMU há cinco anos. Ser instrutor só vem me acrescentar ainda mais profissionalmente. Este é meu primeiro curso como instrutor, tenho muito a aprender e há muita estrada pela frente. Tudo isso me dá mais tranqüilidade por saber que faço parte de uma equipe muito boa e que trabalha o ano todo divulgando e levando os conceitos do pré-hospitalar para o país", comentou.

Uma das fundadoras do Samu 192 - Aracaju, a enfermeira Evandra Coutinh, define como uma emoção indescritível fazer parte da equipe de instrutores. Ela, que deixou outras atividades para se dedicar ao Samu, se diz uma apaixonada pelo resgate.
"É algo com que a gente se envolve a cada dia e não pára de estudar. Cada ocorrência que a gente vai atender é um aprendizado novo e que a gente tem que rediscutir. Fazer parte do grupo de instrutores é uma honra muito grande. Sei que é um reconhecimento por todo esforço que a gente já fez", avaliou.

Capacitação

Para o coordenador da RUE, Marcos Aurélio Fonseca, cursos como o PHTLS podem fazer a diferença no momento de salvar vidas, porque os profissionais aprendem a avaliar de forma mais objetiva os pacientes, principalmente, os que apresentam traumas graves. "Com essa avaliação, o profissional sabe quais são as medidas necessárias para salvar a vida do paciente", disse.

Segundo Fonseca, os pacientes graves têm uma média de mortalidade de 2 horas após o trauma. Em alguns casos, mesmo com o atendimento precoce e qualificado, a vítima de trauma acaba não resistindo porque as lesões são incompatíveis com a vida.
"Mas, na maioria das vezes, quando resposta é rápida e aliada aos procedimentos corretos, a gente consegue salvar vidas. É o que a gente tem feito diariamente", ressaltou o coordenador.

Suporte Básico de Vida

De acordo com a enfermeira do Samu, Daniele Martins Lima, ainda neste mês, auxiliares, técnicos em enfermagem e coordenadores da Rede de Urgência e Emergência (RUE) serão treinados no Curso Suporte Básico de Vida, ou BLS (em inglês, Basic Life Support). O objetivo é preparar o profissional para intervir observando questões ligadas à segurança, tendo certeza do que fazer, quando e como fazer, e providenciando o transporte adequado do acidentado com diversos tipos de traumas, dos mais específicos aos gerais.