Quem foi Carvalho Déda?

Agência Aracaju de Notícias
27/02/2008 14h36
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Amanhã, quinta-feira, às 18 horas, o prefeito Edvaldo Nogueira inaugura o viaduto Jornalista Carvalho Déda, localizado no Distrito Industrial de Aracaju (DIA). A inauguração da maior obra viária da história da cidade contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Por meio da Lei n° 3.388, que foi aprovada pela Câmara Municipal de Aracaju (CMA) e sancionada pelo prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, o viaduto recebeu o nome de Carvalho Déda. Mas quem foi Carvalho Déda?

O nome do viaduto

José de Carvalho Déda, filho de José Antônio de Carvalho Déda e Olívia Silveira Déda, nasceu em 10 dezembro de 1898, no município baiano de Patrocínio de Coité, que passou a denominar-se Paripiranga, por força do Decreto Estadual n° 07.341, de 30 de março de 1931. Ali fez o curso primário, sob a regência de um homem de letras notável, o professor Francisco de Paula Abreu, poliglota e cientista, destacado pela Sociedade de Astronomia Francesa com diploma de sócio honorário.

Bem preparado intelectualmente, José de Carvalho Déda mudou-se para Simão Dias (SE), onde, inicialmente, atuou no comércio, ao lado de alguns dos irmãos. Sob a influência marcante do seu parente e amigo, o grande Jurista Antônio Manoel de Carvalho Neto, começou a praticar a advocacia, numa época em que poucos conseguiam se formar em Direito e muitos se destacavam pelo talento jurídico, como Evaristo de Morais, no Rio de Janeiro, e Cosme de Farias, em Salvador. Em Sergipe, são sempre lembrados os nomes de Adroaldo Campos (Dudu da Capela), Carvalho Déda e Odilon Palmeira.

José de Carvalho Déda exerceu advocacia como provisionado por mais de quatro décadas. Destacou-se também no jornalismo e na política. Foi diretor do ´Correio de Aracaju´, na capital. Foi fundador e diretor de ´A Semana´, de Simão Dias, onde escreveu, por longos anos seguidos, a ´Coluna dos Lavradores´, sob o pseudônimo de João Sem Terra, defendendo a reforma agrária como pressuposto do desenvolvimento econômico no meio rural.

Em Simão Dias, foi vereador, prefeito e representou o povo por três legislaturas consecutivas na Assembléia Legislativa estadual (1947-1950; 1951- 1954; 1955-1958). Escreveu o Regimento Interno da Casa e participou de vários congressos parlamentares, sempre com a apresentação de teses. Foi o autor do projeto de que resultou a emancipação política do município de Poço Verde.

Como líder do Governo Leandro Maciel, prestou contribuição relevante ao desenvolvimento urbanístico de Aracaju, com a apresentação do instrumental jurídico para viabilizar o desmonte do Morro do Bonfim, que cedeu lugar à praça da Estação Rodoviária ´Luis Garcia´. E, após sua morte, por iniciativa do então vereador Luciano Prado, teve seu nome ligado a uma das ruas da capital sergipana. Carvalho Déda faleceu em 2 de setembro de 1968, antes de completar 70 anos.

José de Carvalho Déda, além de trabalhos jurídicos no foro, de páginas escritas na imprensa e discursos proferidos na tribuna parlamentar, deixou duas obras marcantes: ´Simão Dias - Fragmentos de sua História´ e ´Brefáias e Burundangas do Folclore Sergipano´, esta última reeditada pelo Instituto Tancredo Neves.

O grande folclorista brasileiro Câmara Cascudo escreveu que:

"O Sr. José de Carvalho Déda pertence ao grupo previdente desses estudiosos, despertando na madrugada do dia transfigurador, gravando a paisagem para que a possam ver aquelas inteligências nascidas ou alertadas depois da abertura do novo ciclo".

E sobre a sua obra:

"Trata-se, evidentemente, de um livro útil, movimentado, bem brasileiro, dedicado às bases fundamentais e eternas do seu espírito, a cultura tradicional do seu povo".

Com informações de Béto Déda,
filho de Carvalho Déda

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