Através de reuniões e contatos freqüentes com instituições de apoio a projetos de economia solidária, a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), por meio da Secretaria Extraordinária de Participação Popular (SEPP), tem estreitado parcerias com o objetivo de viabilizar a concretização de idéias voltadas à geração de trabalho e renda para comunidades carentes da capital. Nesse sentido, uma das entidades que mais tem contribuído com a PMA é o Banco do Brasil, parceiro, por exemplo, do projeto de implantação da Feira-Modelo do bairro Santa Maria.
Para tratar do andamento da iniciativa, representantes da SEPP se reuniram na semana passada com gerentes e pessoas ligadas ao setor de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) do banco. Na ocasião, o secretário de Participação Popular, Rômulo Rodrigues, falou sobre as etapas finais de implantação da feira, previstas para serem concluídas no fim de abril. Segundo ele, a fase atual é de legalização da cooperativa que vai gerir a feira-modelo. Faltam apenas o recebimento do selo da Junta Comercial de Sergipe e a aprovação do CNPJ, por parte da Receita Federal.
Depois disso, o Banco do Brasil vai liberar financiamentos para a efetivação do projeto. "O banco está se dedicando ao desenvolvimento regional sustentável. É uma coisa que o Governo Federal está apoiando e que a instituição financeira está levando a sério. Tanto é que até outubro deste ano, quando o Banco do Brasil completa 200 anos, serão aplicados R$ 1,2 bilhões em iniciativas vinculadas à economia solidária. Por isso o banco está procurando projetos nessa área e está manifestando muito interesse em apoiar e investir nos projetos da Prefeitura de Aracaju", destacou Rômulo.
Além da Feira-Modelo do Santa Maria, o banco pode ainda se tornar parceiro de uma outra iniciativa: a da criação de uma cooperativa para o reaproveitamento da casca e da fibra do coco. O assunto também foi discutido durante a reunião ocorrida na semana passada. De acordo com o secretário, a idéia foi apresentada à PMA pela ONG Acauã e deve ser discutida com a comunidade da zona de expansão durante a plenária do Orçamento Participativo (OP). A SEPP vai estudar a possibilidade de instalar a cooperativa num galpão atualmente desocupado no povoado Areia Branca.
"Esse é um projeto que, além de gerar trabalho e renda, é extremamente positivo do ponto de vista ambiental. Por mês, em Aracaju, são jogadas fora cerca de 300 toneladas de restos de coco. Esse material leva em média 15 anos para se decompor e é completamente aproveitável para a fabricação de xaxim, de uma fibra a ser usada, por exemplo, pela indústria automobilística, e de um substrato que serve como adubo agrícola. Por isso, a criação dessa cooperativa é uma alternativa viável, barata e extremamente positiva. Já tivemos duas reuniões com a comunidade, mas precisamos começar a discutir mais amplamente e a cadastrar os interessados, da mesma forma que ocorreu no Santa Maria", explicou o secretário.
Ainda segundo Rômulo, esses projetos são alternativas baratas para a melhoria da vida da população, que a Prefeitura ajuda a implantar, mas gasta muito pouco, uma vez que a opção pelo gerenciamento por meio de cooperativas financiadas por bancos desonera a administração municipal. Com o projeto da cooperativa para o reaproveitamento dos restos de coco, por exemplo, o gasto com maquinário deve ser de apenas R$ 80 mil.