Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência estabelece parceria com empresas

Assistência Social e Cidadania
02/04/2008 17h05

As pessoas portadoras de deficiência poderão ter mais uma chance de ingresso no mercado de trabalho. Ocorreu nesta manhã, na Estação Cidadania, mais uma reunião entre membros do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CMPPD) e empresas privadas para definição de parcerias para capacitação e recrutamento de deficientes.

A presidente do Conselho, Maria Gorette Medeiros, disse que a proposta da diretoria é dar seguimento ao trabalho realizado desde o ano passado, fazendo, por exemplo, parcerias junto ao conselho estadual e representantes das empresas Celi e Votorantim. "O objetivo é proporcionar a inclusão social de novos profissionais no mercado de trabalho", salientou.

Durante a reunião foram expostas diversas propostas. O representante do departamento jurídico da empresa Celi, Thiago Davis Bomfim Santos levou o problema da baixa procura pela oferta de vagas para deficientes. "Cumprindo a legislação, iniciamos o procedimento de contratação dos deficientes, mas a procura por emprego foi pequena. Viemos aqui em busca de apoio dos conselhos" explicou.

O grupo Votorantim também participou do evento e mostrou aos membros do Conselho as propostas do Programa Diversidade, realizado pela empresa. "A nossa presença é para expor o programa fazer a parceria com a comunidade", contou Wilza Torres Bezerra, do setor de Desenvolvimento Humano Organizacional (DHO) do grupo.

A reunião contou ainda com a presença da procuradora dos Direitos do Cidadão, Gicelma Santos do Nascimento, do Ministério Público Federal (MPF), que mostrou o trabalho e as dificuldades para garantia dos direitos dos deficientes. "A atuação do Conselho Municipal está muito boa, mas ainda não está abragendo todas as necessidades dos deficientes. Precisa-se de uma luta mais forte, mais acirrada e a conquista de uma legislação mais abragente nas áreas municipal e estadual", explicou.

Os participantes levantaram vários questionamentos e o ponto mais ressaltado foi a necessidade de mostrar às empresas presentes que oferecer vagas aos deficientes não é o suficiente. O ápice da questão é qualificar os demais funcionários para receber esses profissionais. "Trabalhar com o aspecto legal não garante a resolução do problema, é necessário enfatizar o caráter humano", disse a representante da Votorantim.

Inclusão

Criado desde 2001, o Conselho Municipal dos Direitos da pessoa com Deficiência representa os deficientes da cidade de Aracaju junto às questões da inclusão na sociedade. De acordo com o vice-presidente, Everton de Jesus Vieira, o fundamental é trabalhar em prol da melhoria das condições de vida das pessoas com deficiência. "Precisamos fazer com que a sociedade passe a enxergá-las como pessoas aptas a exercer qualquer tipo de função", reforçou.

Segundo Maria Gorette, vários projetos estão sendo discutidos, inclusive a regulamentação do passe-livre no município. "A lei perdura desde 1987 e já está caduca. Nós temos que fazer a avaliação e outras coisas que venham a surgir", contou.

O Conselho conta com a parceria da Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc). "No que a gente precisa, a Semasc nos dá apoio. Além disso, sempre que procuramos o prefeito, ele nos auxilia. Então isso só vem beneficiar o Conselho", declara Gorette.

Além da inclusão no mercado de trabalho, o Conselho atua na resolução de denúncias de atos que prejudiquem os deficientes. Para tanto, o órgão recebe ainda o apoio do Ministério Público. Para fazer a denúncia, basta entrar em contato pelos telefone  3179-1364.