PMA discute inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho

Assistência Social e Cidadania
07/05/2008 15h20

A Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) realizou na manhã de hoje, quarta-feira, na Estação Cidadania, mais uma reunião dos membros do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CMPPD). O objetivo do encontro foi discutir a capacitação das pessoas com deficiência para ingresso no mercado de trabalho.

Na ocasião foi firmada uma parceira entre os conselhos municipal e estadual com o Serviço Nacional de Aprendizagem (Senai), a Fundação Municipal do Trabalho (Fundat) e a empresa Azaléia, para a criação de um banco de dados formado por deficientes físicos, mentais, visuais ou auditivos.

De acordo com a presidente do CMPPD, Maria Gorette, serão ministradas 320 horas de curso nas áreas administrativa, informática, designer, entre outras. "O treinamento-piloto será voltado para quinze pessoas com deficiência física e o segundo, abrangerá os deficientes visuais e auditivos", contou.

Gorette acredita que a ação se configura como um grande avanço na área inclusão mercadológica. "As empresas apresentam dificuldades para recrutar os deficientes por conta da falta de capacitação e esse trabalho vai ajudar a abrir portas", explicou a presidente do Conselho, que é mantido pela PMA através da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc).

Qualificação

Segundo o gerente administrativo da empresa Azaléia, Rui Fernando Scharamm, a proposta é qualificar as pessoas portadoras de necessidades especiais de forma a disponibilizá-las ao mercado com uma capacidade básica. "O objetivo não é apenas de pegar o deficiente e inseri-lo na empresa para cumprir as cotas. O intuito é dar condições a essas pessoas para desenvolver um trabalho que faça bem a elas", destacou.

Já o vice-presidente do Conselho Estadual, Nyceu Dantas Posener, que apresenta deficiência visual, reconhece a importância da iniciativa. "A maior parte dos deficientes não possuía essa oportunidade de capacitação. Isso é um grande passo", enfatiza.  Ele informa que a legislação é favorável aos deficientes, mas que é necessário o cumprimento das leis. "Para tanto, é preciso mais empenho para realizar as conquistas. A luta tem que ser contínua", reforçou.

Conforme Eduardo Leite, da Gerência de Relações com o Mercado, do Senai, a organização será responsável pela execução dos cursos.  "A expectativa é que ao final do curso os participantes fiquem satisfeitos. Além disso, espero que as indústrias sejam sensibilizadas", informou.

A coordenadora em exercício de Qualificação Profissional da Fundat, Fátima Porto, conta que o órgão realizará junto ao Conselho Municipal as inscrições para os cursos. A Fundação fornecerá ainda os uniformes. "Atuamos como colaboradores neste novo projeto. Esperamos o resultado positivo, pois será mais uma oportunidade de capacitação de pessoas com deficiência. Estamos somando os esforços para alcançar o êxito", declarou.

O coordenador Luiz Ricardo Santana de Araújo, do Sistema de Informação da Coordenação Nacional sobre Pessoas Portadoras de Deficiências (Sicorde) - vinculado a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), diz que o papel do órgão é dar visibilidade a todas as ações municipais e estaduais para que os deficientes conheçam os seus direitos, deveres e possam ser inseridos nas diversas esferas da sociedade.

"As instituições funcionam como ilhas, por isso enquanto trabalharmos isolados não vamos chegar em nenhum lugar. Esta iniciativa dos conselhos municipal e estadual, junto a Azaléia, o Senai e a Fundat é salutar, pois vamos fazer com que as empresas cumpram a lei", avaliou Araújo.