Clemilda dá aula de forró no palco Luiz Gonzaga

Cultura
25/06/2008 21h58

A primeira atração desta 12ª noite de Forró Caju no palco Luiz Gonzaga é alguém mais que conhecida dos sergipanos: Clemilda, a Rainha do Forró. Ao lado do filho, Robertinho dos Oito Baixos, a apresentadora do programa ‘Forró no Asfalto', um dos mais conhecidos do Estado e do Brasil quando o assunto é divulgação dos artistas locais que cultivam a tradição nordestina, especialmente o forró, atraiu fãs de outros Estados.

"Desde os 17 anos de idade que acompanho a carreira dela, do finado Gerson Filho e de Josa: o Vaqueiro do Sertão. Tenho verdadeira paixão por Clemilda porque ela representa o verdadeiro forró, ela canta como ninguém a essência desse povo sofrido, que é o nordestino. Ano passado vim para o Forró Caju por causa dela e repeti a dose esse ano", declarou o auxiliar de cozinha industrial Eliziel Correia da Silva, 56, que veio de Maceió, Alagoas, somente para ver a cantora.

Como um bom tiete, Eliziel veio caracterizado com roupas do período, trazendo capas de LPs da cantora e, é claro, conseguiu atrair a atenção de Clemilda, que fez questão de tirar foto com o fã, autografar a capa de um LP e citá-lo durante o show. No repertório escolhido, músicas de artistas consagrados nacionalmente, a exemplo de Luiz Gonzaga e do Trio Nordestino, além das composições de duplo sentido, como ‘Prenda o Tadeu' e ‘Talco no salão', que junto com sua alegria e irreverência nas apresentações se tornaram marcas registradas desta alagoana de nascimento e sergipana de coração.

Nem mesmo a idade e alguns problemas de saúde que a acometeram nos últimos tempos conseguem afastar a rainha do forró dos palcos. Entre uma bateria de músicas, Clemilda aproveita a cadeira colocada em cena para descansar e repor as energias. Clemilda fez questão de agradecer publicamente o convite feito pelo prefeito Edvaldo Nogueira para que tocasse no Forró Caju, e também ao governador Marcelo Déda pela homenagem feita, a de batizar o palco do ‘Arraiá do Povo', na Orla de Atalaia, com seu nome.

Clemilda Ferreira da Silva nasceu em Palmeira dos Índios, Zona da Mata alagoana. Ainda adolescente foi para o Rio de Janeiro tentar a sorte. Seu primeiro emprego na nova terra foi como garçonete. A música apareceu na sua vida em 1965, quando cantou pela primeira vez na Rádio Mayrink Veiga, no programa 'crepúsculo sertanejo'. Foi na rádio que conheceu o sanfoneiro Gerson Filho, com quem casou-se. O primeiro LP foi gravado em 1967 e desde então não parou mais. Nesses pouco mais de 40 anos de estrada, 20 deles em Sergipe, Clemilda ganhou dois discos de ouro e o reconhecimento nacional por um trabalho de talento e qualidade musical.

Conversando com a Agência Aracaju de Notícias, Clemilda afirmou que qualquer homenagem só serve enquanto a pessoa está viva. Clique e onfira esta entrevista.