PMA consegue controlar aparecimento de caramujos africanos

Saúde
07/10/2008 10h28
Início > Notícias > PMA consegue controlar aparecimento de caramujos africanos

Através de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), a Prefeitura de Aracaju conseguiu controlar o aparecimento de caramujos africanos em toda a cidade. O molusco, considerado uma praga e transmissor de doenças, foi praticamente exterminado. Prova disso é que este ano só houve registro de ocorrência em um bairro (Aruana), enquanto em 2007 os caramujos africanos foram vistos em diversas localidades.

O controle é resultado de um trabalho permanente e minucioso de captura manual. De acordo com a coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Gina Blinofi, o recolhimento do molusco em áreas públicas é feito pela Emsurb. "As equipes recolhem, enviam para o CCV e nós fazemos a incineração, a maceração e o aterramento. Quando a área de ocorrência é particular, a responsabilidade é do proprietário, mas eles devem ligar para os 3179-3564 e 3179-3565 para serem orientados sobre os procedimentos adequados de extermínio", explica.

Ainda segundo ela, as três etapas do processo - incineração, maceração e aterramento - são necessárias porque, caso não sejam obedecidas, a perpetuação da espécie torna-se um risco. A principal preocupação é com a presença de ovos na concha. Como os caramujos têm muita água, mesmo ao ser incinerado, muitas vezes não se consegue atingir altas temperaturas no seu interior, local onde ficam os ovos. Além disso, a concha, se não foi destruída e enterrada, pode se tornar um foco de dengue.

Doenças

O caramujo africano pode conter um nematóide (verme) causador de meningite e de problemas intestinais com sintomas semelhantes aos de uma crise de apêndice. O contágio se dá a partir do contato com o animal. Por esse motivo, as pessoas não devem manipulá-lo sem luvas.

O molusco, quando adulto, pode atingir 15 centímetros de comprimento e 8 centímetros de largura. É encontrado em locais úmidos e sombreados, como hortas, jardins, muros, paredes e lugares com acúmulo de galhos, restos de poda, folhas, madeiras, restos de material de construção etc.

O principal problema é que o caramujo africano não tem predador natural e não há nenhum veneno capaz de matá-lo. "Esse caramujo não existia no Brasil. Ele foi introduzido com a intenção de ser servido como escargot, mas, como ele tem a carne mais dura, um sabor diferente e nossa população não tem o hábito de consumir caramujos como alimento, sua aceitação não foi boa e ele acabou sendo descartado irresponsavelmente na natureza", relata Gina Blinofi.