Para discutir a situação das famílias que ocupam um terreno no bairro Lamarão, na zona norte de Aracaju, representantes da Prefeitura Municipal estiveram na manhã de hoje, sexta-feira, no local onde ontem 15 barracos foram derrubados por determinação judicial. O prefeito Edvaldo Nogueira foi representado pelo secretário de Participação Popular, Rômulo Rodrigues, que vem mantendo contato constante com os moradores.
O secretário garantiu que, apesar da ação de ontem, a Prefeitura mantém seu compromisso de construir um conjunto habitacional com 173 casas para as famílias que estão no local e outras de baixa renda já cadastradas que não possuem casa própria. Dessas residências, 120 serão erguidas com recursos federais e as demais com recursos próprios da Prefeitura de Aracaju. O projeto, orçado em pouco mais de R$ 2 milhões, está pronto e as obras incluem ainda serviços de infra-estrutura.
Tudo isso já havia sido acordado anteriormente, sendo formalizado no dia 25 de abril deste ano com a assinatura do contrato de repasse do terreno da União para o município. A cessão tornou as obras viáveis e a partir de então a PMA passou a ter contato freqüente com os moradores para mantê-los informados sobre o andamento de todo o processo e ouvir demandas e prioridades.
"Nós vamos conversar diretamente com o prefeito e com nossos colegas das secretarias envolvidas para ver o que será feito. Infelizmente, com relação ao que aconteceu ontem, não podemos fazer mais nada e nem podemos contestar porque ordem judicial apenas se cumpre. Mas posso assegurar que o que foi acordado será cumprido e nossa participação será a mesma na resolução dos problemas. A vocês agora cabe continuarem organizados e manterem conosco o diálogo que sempre existiu", disse.
Segundo o coordenador do movimento, Gilson dos Santos, as famílias farão sua parte. "Nosso compromisso com a Prefeitura foi de não deixar que nenhuma pessoa a mais, além das 173, entrasse no local e isso nós estamos cumprindo. Também nos comprometemos com o Ibama a não ocupar as áreas de preservação ambiental demarcadas. Isso também estamos respeitando. Ontem a Justiça nos deu 60 dias para atualizar o cadastro das 173 famílias e isso vamos fazer imediatamente. Depois vamos encaminhar para o município para que as providências sejam tomadas", ressaltou.
Ainda de acordo com Gilson, desde o momento em que os ocupantes começaram a negociar com a Prefeitura, não houve grandes dificuldades. Com as providências tomadas pelo prefeito Edvaldo Nogueira, o processo foi adiantado e as famílias agora estão mais confiantes. "Acreditamos muito na palavra do prefeito e temos a certeza que aquela documentação assinada não foi à toa", frisou a empacotadora Claudinere de Oliveira, que mora no local com o filho de oito anos.