Conhecer os costumes e aprender a lidar com pessoas com deficiência. Esse foi o principal motivo da visita de educadores sociais do Programa 'Acolher: Da Rua à Cidadania', da Prefeitura de Aracaju, ao Instituto Pedagógico de Apoio à Educação do Surdo em Sergipe (IPAESE). A atividade faz parte da rotina do Programa, que visa sempre ao aprimoramento dos serviços prestados pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc) à população em trajetória de rua.
"Nossa idéia é conhecer o processo e aprender a lidar com esse público para que possamos cada vez mais aprimorar o nosso trabalho e oferecer um serviço de qualidade", ressaltou a gerente Administrativa da Central de Acolhimento, Carla Vanessa Dória. "A idéia nasceu a partir da chegada de um usuário que teve parte do pé direito amputada, com isso surgiu a necessidade de conhecer mais essa realidade", completou a gerente.
Cerca de 20 educadores e assistentes sociais conheceram as dependências do IPAESE, que trabalha com crianças e adolescentes deficientes auditivos e proporciona um futuro mais humano e esperançoso. A instituição atende 97 jovens e disponibiliza educação fundamental, ensino médio e profissionalizante.
A iniciativa foi bem aceita e contou com a participação ativa dos educadores que perguntaram e tiraram dúvidas. "A visita do nosso grupo de estudo é muito pertinente e vem ajudar muito a desempenharmos cada vez melhor o nosso trabalho junto à população", ressaltou o educador Genilsson Barbosa de Almeida.
"Tudo isso é muito importante porque nos proporciona aprofundar e conhecer um pouco mais da rotina dessas pessoas e, tudo isso, reflete no nosso dia-a-dia, já que trabalhamos com diversos públicos em trajetória de rua aqui no nosso município", afirmou a assistente social do Programa Acolher, Taís Souza Aragão.
Durante a visita, o usuário Júlio Osman Ozano, 63, que teve parte do pé direito amputado, acompanhou atentamente cada detalhe das explicações da representante do IPAESE. De acordo com ele, nos oito meses que está na Central Permanente de Acolhimento vem tendo um tratamento diferenciado e que vem ajudando sua recuperação. "As pessoas são bem cuidadosas e me dão uma grande assistência. Me sinto muito feliz em receber esse apoio", destacou Júlio.
Representantes do Instituto comemoraram a visita e destacaram a grande importância de ter esse contato. "É muito importante, já que a equipe do Acolher trabalha com todo tipo de público e precisa conhecer um pouco mais da realidade dessas pessoas, até mesmo para que saibam agir da melhor forma possível, porque o grande e único problema dos deficientes auditivos é a comunicação", destacou a professora Sandra Baldine.
IPAESE
O Ipaese surgiu com a intenção de se estabilizar como um ponto de apoio educacional para atender pessoas com deficiência auditiva. Cinco pais de crianças com deficiência perceberam que seus filhos não estavam obtendo sucesso em nenhuma escola regular e acabaram incentivados a desencadear uma luta para conseguir a autorização do Ministério da Educação (MEC) para funcionar como escola especial para pessoas com deficiência auditiva. No dia 21 de dezembro de 2000, o sonho foi realizado com a inauguração do Ipaese, proporcionando ensino infantil até o fundamental.