A exposição ´Crepúsculos´, em cartaz até o próximo dia 20 de novembro no Mirante da 13 de Julho, reúne cerca de 30 trabalhos de sete alunos do fotógrafo José Aquino ao longo do ano de 2008, que tiveram a liberdade de fotografar elementos com o real sentido do substantivo. O resultado está nos belos registros, de um simples entardecer na praia a túmulos, folhas e flores secas.
José Aquino, funcionário de uma estatal há 14 anos, decidiu cultivar a fotografia como hobby. "Meu interesse por fotografias vem desde a época em que ainda adolescente ia com meu pai à casa de um primo dele para assistir ao processo de revelação. A fotografia nada mais é do que um estilo de vida", diz. Para o fotógrafo José Aquino, essa é a definição mais objetiva da arte que ainda impressiona após quase duzentos anos de criada.
Autodidata na arte de fotografar, quando já adulto e com a família constituída, ele fez alguns cursos no Senac e, a partir dos aperfeiçoamentos adquiridos, fez da garagem da sua casa um estúdio/laboratório. A partir disso passou a dedicar todas as suas horas vagas à fotografia, tendo sido eleito presidente por duas vezes da hoje extinta Associação Sergipana dos Amigos da Fotografia (ASA).
Aquino já fez diversas exposições coletivas e individuais, sua última intitulou-se ‘Vidas do Barro', na qual registrou as pessoas das cidades ribeirinhas que sobrevivem da fabricação de utensílios domésticos e objetos de decoração a partir desse elemento.
Para ele, que fotografa qualquer tema, sua preferência está em registrar imagens de gente. "Gosto muito de observar o ser humano e a fotografia me permite fazer isso com maior precisão porque há uma grande diferença entre ver e enxergar", declara.
O fotógrafo ressalta ainda que em uma recente viagem por quatro países da Europa - Espanha, França, Itália e Suíça - se encantou com os idosos espanhóis. "Eles sabem aproveitar muito bem o tempo que lhes resta. São zelosos, andam de bicicleta pelas ruas, são participantes ativos da vida cotidiana", revela. Mas para ele, a população que mais o deixou impressionado foi a dos franceses.
De acordo com as suas observações, muito do que se diz a respeito dos parisienses é exagero. "Eles curtem muito os pontos não tão turísticos de Paris, seu convívio pelos parques é fascinante, sabem valorizar o que lhes pertence", pontua com olhar encantado o fotógrafo, que não descarta a possibilidade de montar uma exposição sobre as dezenas de fotografias que fez da população européia.
Questionado sobre a ausência de trabalhos da sua autoria na exposição, José Aquino diz que preferiu deixá-la a cargo dos alunos. Segundo ele, as oficinas que ministra têm como maior objetivo o incentivo à descoberta. "Todos eles já possuem o dom, faltando apenas redescobri-lo e a partir daí se aperfeiçoarem num talento que já lhe é nato, por isso quis deixar ´Crepúsculos´ apenas com o registro deles", enfatiza.
Para o início do próximo ano, o fotógrafo já tem uma nova exposição em vista. Em parceria com a curadora Fátima Basto, irá expor registros que fez juntamente com a Utriso - grupo que diverte crianças com câncer - dos assistidos pela oncologia pediátrica de alguns hospitais de Aracaju.
Exposições de artes plásticas, artesanato e discussões de temas históricos e culturais são algumas das atividades desenvolvidas. O espaço fica aberto para visitação de segunda a sábado, das 9 às 21 horas, e aos domingos e feriados às 9 às 15 horas. Informações: (79) 3179-2192.
