O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, reuniu os enfermeiros da rede municipal para iniciar uma campanha de envolvimento pela melhoria dos serviços prestados na saúde. O encontro aconteceu na tarde de ontem, quarta-feira, no auditório do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), localizado no Ponto Novo. Na próxima semana ocorrerá um novo encontro com os agentes de saúde e de endemias e, a partir de dezembro, será realizado o planejamento estratégico da área para os próximos quatro anos.
Edvaldo Nogueira iniciou a explanação fazendo um panorama dos avanços na política de saúde nos últimos oitos, quando ocorreu a expansão da rede e a consolidação do processo de municipalização. Nesse período, a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) conseguiu dobrar o número de equipes de saúde da família; construir 15 novas unidades de atenção básica e dois hospitais de urgência e emergência para casos de média complexidade; realizar diversos concursos públicos; e ampliar os investimentos de 5% da receita corrente líquida para mais de 18%.
Segundo o prefeito, os grandes desafios da próxima gestão são tornar mais eficiente e humanizado o acolhimento nos postos e hospitais, diminuir o tempo entre o pedido e a entrega do exame e garantir o abastecimento imediato dos medicamentos da farmácia básica. "Fizemos muito nesses últimos anos e conquistamos melhorias extraordinárias. Mas ainda há algumas dificuldades a enfrentar para oferecermos um serviço com ainda mais qualidade e atender às exigências da sociedade, que apostou na nossa reeleição por acreditar que estamos desenvolvendo um bom trabalho", observou.
Edvaldo Nogueira afirmou que a prioridade no momento é tomar todas as medidas necessárias para evitar uma epidemia de dengue em 2009, anunciadas durante o lançamento do Plano de Intensificação das Ações de Controle da doença. As novas medidas em vigor até fevereiro do ano que vem vão desde a ampliação das visitas domiciliares com a contratação de 200 novos agentes de endemias por meio de concurso público; capacitação de médicos e enfermeiros; utilização de adesivo de alerta nas portas das residências fechadas; e ações educativas específicas nas escolas e nos bairros.
Outro aspecto ressaltado pelo prefeito foi a necessidade de os enfermeiros exercerem de fato e de direito o papel de coordenar na base o Sistema Único de Saúde (SUS) do município. "Vocês são a alavanca na qual está apoiado o sistema. Portanto, devem assumir plenamente a responsabilidade de coordenação, mobilização e direção das atividades, sobretudo na atenção básica. Precisamos acender a idéia de humanização, doação e envolvimento de todos os profissionais da área de saúde e assim oferecer um atendimento diferenciado à população", comentou.
Repercussão
A iniciativa de reunir as equipes de enfermagem para iniciar um processo de discussão que culmine com a melhoria dos serviços na área de saúde foi bem recebida pela categoria. "Achei esse momento importantíssimo. Há muito tempo estava esperando ter esse contato direto com o gestor. Agora poderemos dialogar, levantar as necessidades e colocar os nossos problemas cotidianos. Com isso ganha o usuário, a prefeitura e o trabalhador", comemora a enfermeira Hortênsia Garcez, que atua há 23 anos na rede.
Para a enfermeira Selma Maria dos Santos, que completou oito anos como servidora municipal, a expectativa é que esse primeiro encontro possibilite a abertura de um canal de diálogo permanente entre quem comanda e quem executa as políticas de saúde em Aracaju. "Trabalhamos em equipe e só poderemos vencer essa luta se todos estiverem juntos, desde o vigia, o médico e os agentes de saúde. O papel que cada um desempenha é fundamental para que a unidade ofereça um bom atendimento e resolva as necessidades do paciente", enfatizou.
O secretário Municipal de Saúde, Marcos Ramos, acredita que esse é o começo de uma nova caminhada baseada na conversa e no diálogo com o objetivo de descobrir mais de perto os problemas e buscar soluções conjuntas. "O gestor maior, que é o prefeito, quis pessoalmente demonstrar seu engajamento, determinação e vontade no sentido de fazer os devidos ajustes e melhorar a qualidade da saúde. Essa postura deixa clara quais são as diretrizes a seguir e dão maior respaldo à política municipal implantada", declarou.