Um aluno do curso de violão passa a ensaiar ao lado de outro que prefere a percussão e mais um, que por sua vez vem praticando o contrabaixo. Com o passar do tempo e o decorrer das aulas, cresce a sintonia entre eles. Não demora muito e os três então decidem montar um grupo e se apresentar por todo o Estado. Esse é um caminho cada vez mais comum para os alunos da Escola de Artes Valdice Teles. A interação entre as oficinas, viabilizando a formação de grupos, tem sido uma das premissas da instituição.
De um ano para cá oito grupos surgiram a partir dos encontros e ensaios realizados na Valdice Teles. Em comum entre eles o fato de serem compostos por uma mescla de alunos que chegaram sem noção artística alguma, com alguns já profissionais e que vêem a instituição como um centro de reelaboração artística.
"Para o aluno novo é importante porque eleva a auto-estima. Com a prática em grupo, todos têm espaço, independente do nível de cada um. Hoje já temos até grupos semi-profissionais", coloca o diretor da Escola de Artes, José Eugênio Enéas.
Como exemplos ele cita o ‘João Argolo' e ‘Os Caras Redondas', além da própria Orquestra Sanfônica de Aracaju. "Eles ensaiam aqui e representam a escola em vários lugares", afirma Enéas. No caso da Sanfônica, oito dos 25 tocadores de acordeon do grupo se aperfeiçoaram na unidade da Fundação Municipal de Cultura Turismo e Esporte (Funcaju).
Primeiras notas
A iniciação na arte da música começa logo cedo na Valdice Teles. As crianças podem ingressar a partir dos seis anos de idade. "Fazemos um trabalho pedagógico onde dá para o jovem começar a estudar e ir descobrindo seu talento", destaca Enéas, lembrando que em todo o ano de 2008, levando-se em consideração alguns projetos realizados em comunidades carentes, mais de 1800 alunos foram contemplados.
O trabalho de qualidade tem respaldo na baixa taxa de evasão. "É difícil algum aluno deixar de vir", comenta o diretor. Entre as oficinas mais procuradas estão as de violão, teclado e flauta doce, mas instrumentos como contrabaixo, canto e clarinete, bem como o teatro e a dança, também podem ser aprendidos na instituição. As aulas acontecem diariamente, em todos os turnos. Os horários dependem da oficina de preferência.
A programação para este final de ano virá com uma novidade: enquanto os alunos estão de férias, a escola não pára. "Agora no final de ano estamos abrindo novas turmas", antecipa Eugênio Enéas, antes de convidar um grupo em especial. "Os servidores municipais e trabalhadores do comércio também podem participar, tanto que algumas aulas começam só depois das 18h".