Balanço no trânsito de Aracaju apresenta saldo positivo em 2008

Transporte e Trânsito
23/12/2008 18h08

O ano de 2008 foi marcado por uma série de avanços na administração pública municipal de Aracaju. Entre os grandes destaques do governo de Edvaldo Nogueira está a área de transporte e trânsito. As principais conquistas foram a implantação de uma moderna sinalização semafórica por meio de sinais com leds e de temporizadores, a redução do número de acidentes e mortes com a instalação de 200 redutores de velocidade, a conclusão do sistema de bilhetagem eletrônica e a construção de mais 8 km de cliclovias, totalizando 54 km desde 2001, quando foi implantado o Programa Cicloviário.

Para os próximos quatro anos, os maiores desafios são a licitação do transporte público de forma consorciada com os municípios da região metropolitana, a criação da central de trânsito - um avançado mecanismo de monitoramento e acompanhamento do tráfego - a implantação do sistema de GPS na frota de ônibus, a melhoria da estrutura e a duplicação da extensão das ciclovias existentes. Conheça mais sobre o que foi realizado em entrevista com o responsável pela Superintendência Municipal de Transporte e Transito (SMTT), Antônio Samarone. Nas próximas semanas acompanhe o balando das demais serviços oferecidos pela Prefeitura de Aracaju.  

Agência Aracaju de Notícias - A SMTT atua basicamente em quatro pilares básicos (educação, engenharia, sinalização e fiscalização). O que o senhor destacaria como sendo mais relevante em cada uma destas áreas?

Antônio Samarone - Na parte de trânsito, toda a sinalização semafórica foi substituída por sinais com leds, uma iluminação com maior visibilidade e com temporizador; estamos em processo já de licitação de toda sinalização turística da cidade e o orçamento já se encontra na Caixa Econômica. Reestruturamos ainda nossa fábrica de placas para sinalização vertical.  Quanto à sinalização horizontal, estamos com todo processo para adquirir uma usina de sinalização horizontal (equipamento montado sobre um caminhão com o propósito de pintar faixas e demais sinalizações no asfalto, com fins de orientar pedestres e motoristas). Nós temos uma pequena e vamos adquirir uma grande, para em 2009 não mais contratarmos serviços de terceiros. Com relação à educação, estamos concluindo hoje um trabalho com os condutores de veículos de tração animal; eles hoje receberam as primeiras placas para as carroças, já que a partir do dia 2 de fevereiro, só será possível o trânsito desses veículos devidamente emplacados pelas ruas de Aracaju. Foi feito um curso com esses condutores e eles receberam certificado e uma carteirinha. 

AAN - O que se destacou no tocante à engenharia de trânsito?

Na área de engenharia, fizemos a reposição de 160 novos abrigos de ônibus, recuperamos e pintamos os demais; fizemos a recuperação física dos terminais da Atalaia, Leonel Brizola (Rodoviária Nova) e da Visconde de Maracaju; promovemos a recuperação parcial do terminal DIA; fizemos ainda a rótula do Orlando Dantas, além de binários (implantação de mão única em via estreita que antes funcionava como mão dupla, sendo disponibilizado para tanto, escoamento - também em mão única -  no sentido contrário em via paralela) nas ruas Bahia com Pernambuco, Mato Grosso com Alagoas; estabelecemos via única na travessa em frente à Câmara de Vereadores; colocamos cerca de 200 redutores de velocidade - todos padronizados e dentro da lei - o que representa uma redução gigantesca do risco de acidentes em Aracaju.  Já no quesito fiscalização, demos ênfase em fiscalizar proibição de estacionamento em vias com problemas de fluxo.  Como percebemos que se fosse proibido o estacionamento haveria o ganho de uma nova via, nós fizemos isto em alguns pontos, proibindo o estacionamento em horário de fluxo e, com isto, essas vias melhoraram muito com a fluidez.  Também priorizamos a fiscalização da calçada livre, intensificamos a fiscalização nas ciclovias.  A velocidade continua sendo uma meta, digamos assim, prioritária da SMTT; a fiscalização em vagas de idosos e deficientes físicos e no combate ao clandestino. Além disto, em 2008 dobramos o número de motocicletas, adquirimos mais quatro novas viaturas e dois motociclos que fazem a fiscalização na praia

AAN - E como funciona a fiscalização?

AS - De 6h30 até 8 horas e de 11h30 a uma da tarde. Nossos agentes são distribuídos em áreas de conflito (cruzamentos não semaforizados e com fluxo grande que necessita de certa regulamentação; retornos - por exemplo - que ficam em avenidas) e portas de colégios. Tirando isto, nós ficamos no Centro da cidade para evitar filas duplas.

AAN - Existe efetivo suficiente de agentes para fiscalizar o trânsito em Aracaju?

Samarone - O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) indica a necessidade de um agente para cada mil veículos em circulação. Em Aracaju temos hoje cerca de 200 mil veículos (170 mil registrados em Aracaju e 30 mil que são eventuais), então precisaríamos ter na SMTT 200 agentes, mas temos 86.  Claro que o número é muito abaixo para você dar o mínimo de assistência à cidade. Mas mesmo com 86, nós somos os primeiros a chegar em 99% das eventualidades, seja em colisão com ou sem vítima.

AAN - O que o senhor poderia falar sobre a bilhetagem eletrônica?

AS - A bilhetagem eletrônica está praticamente concluída. No meu entendimento, nós conseguimos implantar um novo mecanismo com êxito sem grandes conflitos. Você conseguir trocar cerca de 100 mil carteiras de estudantes por cartões eletrônicos sem grandes confusões é um grande êxito.  Agora estamos concluindo o vale-transporte; o cartão cidadão também já está à disposição. Eu acho que esta parte está concluída. A parte seguinte, que é oferecer à população um serviço de melhor qualidade, é a que eu acho a grande tarefa para ser montada até o início de 2010 em Aracaju.  No meu entendimento, a hora de fazer é 2009. Pretendemos até a metade de 2009 concluir o processo licitatório e, no segundo semestre, começar a implantar melhorias no serviço para iniciar 2010 com a frota totalmente nova.  A determinação e a vontade do prefeito Edvaldo Nogueira é esta e, para isto, ele precisa e vai fazer o contato com as demais prefeituras da região metropolitana.

AAN - Quais os grandes desafios a enfrentar?

AS - Eu diria que dois setores do trânsito de Aracaju precisam de maior atenção: a renovação da frota dos ônibus - a proposta do prefeito é licitar até o fim do seu governo - e a proliferação das motos.  Moto é um problema que quem for gerir o trânsito vai pegar daqui pra frente. Hoje a gente tem cerca de 30 mil motos circulando em Aracaju e nos próximos 5 anos eu tenho certeza que esse número passará dos 60 mil.

AAN - O senhor poderia citar algum ponto positivo em relação aos táxis em Aracaju?

AS - Sim, claro! Hoje todos eles estão devidamente identificados com crachá e neste ano, do universo de 2 080 táxis que rodam na cidade, 600 carros foram trocados por novos, que passaram a transitar em nossas ruas, além disto, o combate ao clandestino tem sido, basicamente, uma ação que visa combater a concorrência desleal.  Hoje temos 14 policiais da Polícia Militar que integra nossa equipe de combate ao clandestino.

AAN - O que o senhor destacaria como sendo projetos futuros da SMTT para os próximos quatro anos?

AS - A criação de uma central de trânsito, que prevê a implantação de câmeras nos principais cruzamentos e avenidas para se ter uma ação instantânea em casos de engarrafamento e fluxos; assim como reprogramar o tempo dos semáforos, ou seja, ter a cidade mapeada em tempo real.  Além disto, a implantação de GPS nos ônibus para se confirmar o trajeto e a velocidade dos ônibus, o que vai melhorar o serviço público de transporte.  Outro ponto importante é o deslocamento do terminal de ônibus da Rodoviária Velha (Terminal Luiz Garcia). Com isso, os ônibus intermunicipais passam a ser realocados para a Rodoviária Nova (Terminal José Rollemberg Leite) e os metropolitanos para o terminal ao lado dos mercados.

AAN - O Programa Cicloviário ajudou a fazer de Aracaju a capital brasileira da qualidade de vida e hoje é referência nacional. Quais as próximas metas?

AS - Nos últimos oito anos alcançamos o patamar de 54 km de ciclovias construídas, número superior a metrópoles como São Paulo. A última ciclovia inaugurada foi o trecho entre as avenidas Delmiro Gouveia e Mário Jorge, no bairro Coroa do Meio. Desde 2001 investimos cerca de R$ 11 milhões no programa cicloviário do município e com isso ajudamos a reduzir acidentes envolvendo ciclistas e a criar hábitos mais saudáveis na população. A meta do prefeito daqui pra frente é dobrar a extensão de ciclovias existentes, arborizar e melhorar a estrutura para tornar o deslocamento mais agradável e construir bicicletários associados aos terminais integrados de ônibus.