A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) está potencializando a investigação e controle de surtos de diarréia e infecções provenientes de alimentação. O passo foi dado com uma atividade de educação continuada para profissionais de saúde, com a realização do Seminário sobre Investigação de Surtos de Transmissão Alimentar. A capacitação reuniu trabalhadores da rede municipal e estadual de saúde, das áreas de Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária, Atenção Básica e Laboratórios.
Segundo a coordenadora da área técnica de Doenças de Transmissão Alimentar (DTA), enfermeira sanitarista Maria Antônia Maia D´Ávila, cresce em todo mundo e no Brasil o aumento de incidência das DTAs com o consumo de alimentos em vias públicas, aumento no uso de aditivos, os alimentos destinados ao pronto consumo coletivo [fast-foods], além da mudança de hábitos alimentares e a necessidade de produção em grande escala. "São alguns desses fatores os causadores de infecções e intoxicações", enfatiza a enfermeira.
Ainda de acordo com Antônia Maia, o aumento de ocorrência dessas doenças levou o Ministério da Saúde, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), a sensibilizar os profissionais a organizarem ações intersetoriais para ampliar as notificações dessas doenças e dar visibilidade ao Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica em DTA. "O seminário buscou exatamente alertar para uma atuação na investigação e na ação mais eficazes em surtos de diarréia, transmitida por alimentação. Para o próximo ano, estamos propondo o fortalecimento de trabalho intersetorial entre o município, estado e o Ministério da Saúde para atuar no Monitoramento das Doenças Diarréicas Agudas [MDDA]", conta.
Das propostas para 2009, a área técnica de DAT vai escolher em Aracaju uma Unidade de Saúde da Família (USF) entre cada uma das oito regiões do SUS. "Essas oito USFs serão a referência de unidade sentinela para a atuação em DTA. Também estaremos capacitando para investigação de surto os integrantes da Unidade de Resposta Rápida (URR) para investigação de surtos. Em 2009, a SMS terá mais capacidade de respostas a essas doenças. "Não apenas em Aracaju, mas esse movimento está sendo realizado em todas as capitais e estados brasileiros e que tem como missão atender o Pacto pela Vida da Saúde", informa Antônia Maia.
O Pacto pela Vida prevê a priorização de capacidades de respostas a doenças emergentes e re-emergentes (dengue, hanseníase, gripes) e qualquer agravo inusitado e surto de qualquer doença, para notificação e investigação imediata. "O SUS deverá capacitar recursos humanos para que esses se sensibilizem os serviços prestadores de alimentação e a própria comunidade consumidora para a notificação de surtos de DTA", diz.
