Expansão da rede comprova prioridade na saúde em 2008

Saúde
09/01/2009 17h45

Nos últimos oito anos, a Prefeitura de Aracaju expandiu a rede de saúde e consolidou o processo de municipalização. A administração dobrou o número de equipes de saúde da família; construiu 15 novas unidades de atenção básica e dois hospitais de urgência e emergência para casos de média complexidade; realizou diversos concursos públicos e ampliou os investimentos de 5% da receita corrente líquida para mais de 18%. Na última entrevista da série ‘balanço 2008' para a Agência Aracaju de Notícias (AAN), o secretário municipal de Saúde, Marcos Ramos, fala como foi o ano que passou e comenta os desafios da gestão para 2009.

Agência Aracaju de Notícias - Como foi o ano de 2008 para a Secretaria Municipal de Saúde?

Marcos Ramos - O ano que passou foi de muito trabalho para a Prefeitura de Aracaju, em especial para a Secretaria de Saúde, pois enfrentamos obstáculos complicados, como o surto de dengue e o crescimento na demanda de atendimentos em geral, mas conseguimos vencê-los com a dedicação dos servidores e com muitas realizações em prol da população. Fizemos muito nesses últimos anos e conquistamos melhorias extraordinárias. Mas ainda há algumas dificuldades a enfrentar para oferecermos um serviço com ainda mais qualidade e atender às exigências da sociedade, que apostou no trabalho que estamos desenvolvendo.

AAN - A SMS iniciou o ano enfrentando uma greve dos médicos. Como foi contornada essa situação?

MR - Conversamos com todas as categorias da Saúde já em janeiro, mas tivemos encontros específicos com os médicos. Antecipamos a negociação salarial e discutimos ao longo de um mês cada ponto das propostas até alcançarmos denominadores comuns, mesmo após a categoria médica ter paralisado as atividades em pleno surto de dengue. Foi um momento complicado, mas no qual priorizamos o atendimento à população.

AAN - No trato com os servidores também houve outros avanços?

MR - Sim, destaco a regulamentação do vínculo dos agentes comunitários de saúde e de combate a endemias, dando mais segurança a esses profissionais, que antes eram terceirizados e agora são servidores públicos municipais, tudo dentro da lei. Além disso, está em andamento o concurso com 300 vagas para os dois cargos, sendo 100 para agentes de saúde e 200 para combate a endemias. Nesse intervalo ainda fizemos a recomposição da equipe de gestão e qualificamos os trabalhadores em diversas frentes da SMS. Esse trabalho foi ampliado a partir da criação do Centro de Educação Permanente em Saúde (Ceps).

AAN - Como a SMS buscou, ao longo do ano, dar uma melhor atenção ao cidadão?

MR - Inicialmente conseguimos uma melhor estruturação do setor financeiro e logístico e firmamos a contratualização da rede hospitalar, dando mais agilidade a todos os processos internos. Também solucionamos os problemas que haviam com os diversos convênios e administramos o crescente aumento da demanda das unidades de saúde de emergência do município, especialmente em virtude da dengue. Isso se fez necessário devido ao grande aumento no número de atendimentos. Para se ter uma idéia, passamos de 7 milhões de atendimentos ambulatórias e hospitalares em 2007 para quase 12 milhões em 2008.

AAN - O que esse avanço representou em termos práticos?

MR - Conseguimos renovar a frota do Samu 192 Aracaju [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] com cinco novas viaturas, além de termos aprovada a implantação de uma nova base do órgão na Zona de Expansão para 2009. Também adquirimos duas viaturas utilizadas no combate à dengue e mais duas para a Vigilância Sanitária e inauguramos três unidades importantíssimas: um novo Caps [Centro de Atendimento Psicossocial], que é o maior das regiões Norte e Nordeste, o novo Ceps [Centro de Educação Permanente em Saúde] e o Cerest [Centro de Referência em Saúde do Trabalhador]. Além disso, melhoramos as condições estruturais e de capacitação na Vigilância Sanitária, incorporamos novos equipamentos nos consultórios odontológicos e abrimos novas instalações para a referência de tuberculose e hanseníase e para o Cemca [Centro de Especialidade Médica da Criança e do Adolescente]; criamos uma segunda unidade da Farmácia Popular.

AAN - Mas esse trabalho vem sendo elogiado e reconhecido?

MR - Com certeza. Recebemos o prêmio de segundo lugar no Brasil em cobertura vacinal da população contra a Pólio e a Rubéola, entre outras condecorações em nível nacional. Além disso, Aracaju é hoje referência internacional em atenção à Saúde Mental (inclusive com profissionais canadenses vindo conhecer o modelo aracajuano) e o programa Academia da Cidade também é referência para o Ministério da Saúde para a implantação em outras cidades do país e foi uma das iniciativas responsáveis pela escolha da cidade como a capital brasileira de melhor qualidade de vida. Esses e outros aspectos culminaram com a aprovação popular nas urnas, que reelegeram a administração de Edvaldo Nogueira como prefeito.

AAN - Qual a expectativa para 2009?

MR - Esperamos melhorar ainda mais o atendimento ao público como um todo. Os objetivos do prefeito Edvaldo Nogueira para a área são tornar mais eficiente e humanizado o acolhimento nos postos e hospitais, diminuir o tempo entre o pedido e a entrega do exame e garantir o abastecimento imediato dos medicamentos da farmácia básica. Outro ponto importante é tomar todas as medidas necessárias para evitar uma epidemia de dengue em 2009, com o Plano de Intensificação das Ações de Controle da doença. As novas medidas em vigor até fevereiro vão desde a ampliação das visitas domiciliares, capacitação de médicos e enfermeiros, utilização de adesivo de alerta nas portas das residências fechadas e ações educativas específicas nas escolas e nos bairros.

AAN - Como a Prefeitura e a SMS esperam chegar nesses resultados?

MR - Para alcançarmos essa meta a principal arma continuará sendo a qualificação dos servidores, com ainda mais cursos. Vamos inaugurar em 2009 duas novas Unidades de Saúde da Família: uma no bairro Getúlio Vargas e outra no bairro Jabotiana. Ambas já estão em fase avançada de construção e assim que as terminarmos, deveremos iniciar as obras para mais duas na cidade. A meta é ampliar e qualificar nossa capacidade de atendimento, já que o Sistema Único de Saúde em Aracaju tem mais de 1 milhão de cartões registrados, sendo que cada usuário possui o seu, no entanto, a população é bem inferior a esse número, ficando em torno de 600 mil habitantes. Isso significa que a saúde de Aracaju é referência para diversos municípios do interior de Sergipe e também de outros estados.