A Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) informa que o processo de negociação salarial com os servidores públicos segue normalmente e cumprirá a agenda prevista para esta segunda-feira, dia 02 de março, com a divulgação do calendário da segunda rodada de reuniões. Ao contrário do que foi divulgado pelo Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed) para justificar a paralisação de advertência da categoria deflagrada hoje, quinta-feira, por 24h, não houve nenhum atraso nas negociações, que foram iniciadas pelo município ainda em janeiro, antes mesmo da data-base - ocorrida geralmente em março.
De acordo com o secretário municipal de Governo, Bosco Rolemberg, o ato dos médicos está acontecendo de forma equivocada. "Se as negociações ainda não terminaram, não há porque ter paralisação. Elas não estão atrasadas, mas adiantadas, já que tivemos a iniciativa de convocar as reuniões no final de janeiro, muito antes da data-base, que geralmente acontece em março", esclareceu o secretário.
Para Rolemberg, é contraditório se posicionar com base nas contrapropostas que ainda não foram divulgadas. "A primeira rodada de conversa sobre reajuste salarial para o exercício 2009 foi convocada pela PMA no final de janeiro. Nessa etapa, nós apenas ouvimos o conjunto de reivindicações, de forma a garantir benefícios a todos os trabalhadores. O posicionamento quanto aos ganhos que cada categoria vai ter acontecerá na segunda rodada, com base em análises do cenário econômico que vem se desenhando esse ano, dentro do que a Lei de Responsabilidade Fiscal permite", garantiu.
Embora a Prefeitura de Aracaju tenha convidado os servidores antes da data-base, a fim de analisar com mais tranquilidade as solicitações, o secretário de Governo anuncia que, independente da data em que se fecharem as negociações, os próximos salários já serão pagos com valores baseados nos reajustes atualizados. "Pretendemos fechar esse processo já na segunda rodada, dois meses antes do que geralmente acontece. Mesmo assim, independente do reajuste concedido, os servidores já verão a diferença no salário de março, além da vigência retroativa referente ao pagamento de fevereiro", afirmou.
Diálogo
O secretário faz questão de ressaltar que o direito dos trabalhadores fazerem greve não deve ser tolhido. No entanto, é preciso que o método de luta seja utilizado com responsabilidade. "Nós fazemos greve quando não somos ouvidos, quando nossas reivindicações não têm resposta. Não é o caso da PMA, que de forma antecipada convocou todas as representações sindicais e sempre fez questão de manter o canal de diálogo aberto. Já telefonamos para vários representantes e enviamos ofícios circulares para cada categoria. Estamos todos aqui, para dar continuidade ao calendário de negociações", afirmou o secretário.
Um balanço parcial da greve de advertência dos médicos da rede pública municipal de saúde revela que, das 43 Unidades de Saúde da Família (USF) existentes na cidade, em 17 não havia médicos até a manhã de hoje. Das 25 restantes, todas contaram com médicos, mesmo em escala reduzida. Independente da paralisação, as UFSs continuarão abertas para atender a população.
